A venda de ingressos para o GP de São Paulo 2026, realizada nesta segunda-feira às 12h no site da Eventim, rapidamente se transformou em um cenário de caos e frustração para milhares de fãs. Após dias de intensa divulgação nas redes sociais oficiais do evento, muitos que sonhavam em garantir presença em Interlagos viveram um verdadeiro pesadelo diante da confusão generalizada.
Poucos minutos antes do horário oficial, às 11h58, quem acessava o link já era direcionado para a fila virtual. No entanto, quando o relógio marcava 12h ou 12h01, a maioria dos usuários se deparou com a mensagem de ingressos esgotados. E não se tratava apenas dos setores mais acessíveis, como A ou G: até entradas de R$20.990,00 desapareceram instantaneamente.
A Eventim acumula há anos reclamações e polêmicas envolvendo vendas de ingressos, e a Fórmula 1 costuma ser o centro desses relatos. O padrão se repete: poucos conseguem comprar, enquanto o volume de queixas nas redes supera — e muito — o número de relatos de sucesso.
Para aumentar ainda mais a sensação de irregularidade, agências de viagem e perfis nas redes sociais, especialmente no X (antigo Twitter), já estão oferecendo pacotes e ingressos para a corrida de 2026 — mesmo com a suposta venda esgotada em minutos.
Diante do cenário, a deputada Erika Hilton se manifestou publicamente, cobrando transparência. Em nota publicada no X, ela afirmou: “Estou solicitando que a Secretaria Nacional do Consumidor investigue a venda de ingressos para o GP de São Paulo. Não é normal que TODOS os ingressos de um evento que recebe, anualmente, cerca de 300 mil pessoas, estejam esgotados 7 MINUTOS após o início das vendas. Também estou pedindo que a Eventim seja questionada sobre os métodos de proteção contra bots automatizados e os procedimentos de verificação de identidade dos compradores. Além disso, entre 2022 e 2025, o setor de eventos recebeu cerca de R$60 BILHÕES em recursos públicos pelo Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, o Perse.”
Ela também destacou que o GP de São Paulo só acontece em Interlagos porque a Prefeitura paga por isso: são R$132 milhões por ano destinados à Fórmula 1, além de R$500 milhões investidos na requalificação do Autódromo de Interlagos.
“Tudo isso é dinheiro PÚBLICO. Um setor que recebe tanto apoio do governo e da sociedade precisa seguir as melhores práticas comerciais possíveis.”
Até o momento, nem a Eventim, nem a organização do GP de São Paulo, se pronunciaram sobre o ocorrido.
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