A comunicação brasileira sempre se destacou por sua capacidade de reinvenção. E, nesse processo, veículos como o Terra tiveram papel fundamental. O portal de notícias não apenas acompanhou o ritmo das mudanças, mas muitas vezes foi quem apontou os novos caminhos.
- Este artigo faz parte da revista comemorativa de 25 anos do Terra. A publicação traz reflexões sobre o tempo, a mídia e as novas gerações, e pautas conectadas a momentos marcantes, pioneiros e inovadores da plataforma.
Nos anos 2000, o Terra foi disruptivo. Posicionou-se como marca de conteúdo — ousada, colorida, inovadora — e rapidamente conquistou um público jovem, interessado em informação, serviços e entretenimento. Foi pioneiro ao transformar a experiência digital em experiência física que ia além da leitura de notícias: tornou-se um espaço de cultura e comunidade, educando e catequizando consumidores para uma nova jornada de mídia.
Essa trajetória revela a alma brasileira da comunicação: feita por talentos locais, para brasileiros, com olhar atento às transformações culturais.
"O Terra sempre entendeu que não bastava informar, era preciso conversar. E sua linguagem mais pop, próxima, que se colocava ao lado do leitor e não acima dele, consolidou esse sentimento de pertencimento. Foi uma virada decisiva: da era da comunicação de massa, unidirecional, para a era da preferência, do relacionamento e do engajamento."
Hoje vivemos uma nova etapa. O consumidor não apenas consome, mas também produz conteúdo. Marcas como a Amazon, por exemplo, mostram como se pode ser, ao mesmo tempo, marketplace e provedora de conteúdo. Nesse ambiente fragmentado, os publicitários têm a missão de atuar como guardiões e co-gestores das marcas, preservando a criatividade, a credibilidade e a alma humana em meio aos algoritmos.
O Terra abriu caminho para essa transformação. Se antes o leitor lia notícia uma vez por dia, agora consome notícia o tempo inteiro. E esse consumo constante só é possível porque veículos inovadores souberam unir informação, entretenimento e serviços em uma mesma experiência.
"O futuro exigirá ainda mais ousadia. Vivemos em um mundo multiplataforma, onde o físico e o digital já não se separam, sobretudo para as novas gerações. A inteligência artificial apenas acelerará essa disrupção."
Nesse cenário, uma certeza permanece: nenhuma empresa pode abrir mão do seu tom de voz. A publicidade continuará sendo o elo entre marcas e pessoas, capaz de criar valor, proteger reputações e conectar consumidores a experiências que importam.
É nesse ponto que o Terra seguirá sendo relevante: como ambiente de credibilidade e inovação, permitindo que anunciantes e agências mantenham suas marcas vivas dentro da cultura de cada tempo.
Porque, afinal, o que nos trouxe até aqui não necessariamente nos levará adiante. Mas a ousadia de pioneiros como o Terra continuará a abrir caminhos para o futuro.
*Luiz Lara é publicitário, fundador da Lew'Lara\TBWA e autor do livro "A Alma Brasileira do Negócio – Da era de ouro à era digital, como a comunicação transforma o mundo"
