Voepass entra com pedido de recuperação judicial e culpa Latam por crise financeira

Empresa aérea revelou no pedido dívida total de R$ 429 milhões

23 abr 2025 - 10h44
(atualizado às 10h58)
Voepass tinha contrato de compartilhamento de voos com a Latam desde 2014, mas alega que esse acordo foi suspenso no ano passado
Voepass tinha contrato de compartilhamento de voos com a Latam desde 2014, mas alega que esse acordo foi suspenso no ano passado
Foto: VoePass Linhas Aéreas/Divulgação / Estadão

A Voepass Linhas Aéreas entrou na noite de  terça-feira, 22, com um pedido de recuperação judicial após ter todas as operações suspensas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Citando como "principal responsável" pela crise financeira o grupo chileno Latam, a empresa revelou no pedido dívida total de R$ 429 milhões.

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Das dívidas da empresa aérea, R$ 209 milhões estão sujeitas à recuperação, dos quais há R$ 43 milhões em passivos trabalhistas, com mais de 400 processos, e R$ 3,4 milhões com empresas de pequeno porte. 

Outros R$ 162.2 milhões são classificados pela companhia como créditos quirografários, ou seja, de pessoas jurídicas que têm a receber da empresa, mas que, em um eventual processo de recuperação ou de falência, não têm prioridade. 

No pedido de recuperação, a Voepass faz alguns requerimentos de liminar judicial, entre eles manutenção de slots de pousos e decolagens, concessão de 120 dias de suspensão de ações e execuções judiciais e prazo de 60 dias para apresentação de plano de reestruturação.

O Terra procurou a Latam em busca de um posicionamento diante das acusações da Voepass, mas não obteve retorno até esta publicação.

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Pós-acidente

A crise financeira da Voepass se agravou principalmente por conta dos desdobramentos de um desastre aéreo que matou 62 pessoas em agosto de 2024, em Vinhedo (SP). No entanto, no documento, a empresa culpa a Latam pela piorar financeira.

A Voepass tinha um contrato de compartilhamento de voos (codeshare) com a Latam desde 2014, mas alega no documento entregue à Justiça que esse acordo foi suspenso em setembro do ano passado

A Voepass afirmou que após a queda de seu avião a Latam teria tomado "decisão unilateral" de suspender atividades de quatro das 10 aeronaves turboélice da companhia que eram utilizadas "exclusivamente para operação de codeshare mantida entre as partes".

A empresa também afirmou no pedido que a Latam também passou a "reter ilegalmente" valores devidos à Voepass relativos aos custos fixos gerados pelas aeronaves mantidas em solo.

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Além disso, a companhia afirma que a Latam deixou de fazer pagamentos da ordem de R$ 34,7 milhões, o que ajudou a agravar sua situação financeira. Esse valor é referente a custos das aeronaves paradas em solo.

Este é o segundo pedido de recuperação da história da Voepass, que em outubro de 2012, então com o nome de Passaredo, buscou a Justiça para se proteger dos credores. O processo durou até 2017. (*Com informações da Reuters e do Estadão) 

Fonte: Redação Terra
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