A União Europeia (UE) estenderá a suspensão das tarifas de retaliação contra os Estados Unidos para facilitar a busca por um acordo que evite uma taxa global de 30%. O anúncio foi feito neste domingo (13) pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, um dia após o presidente norte-americano ameaçar a imposição de novas tarifas.
"Os Estados Unidos nos enviaram uma carta com medidas que entrarão em vigor a menos que uma solução negociada seja alcançada. Portanto, também estenderemos a suspensão de nossas contramedidas até o início de agosto", afirmou Von der Leyen. "Paralelamente, continuaremos preparando contramedidas para estarmos totalmente prontos", acrescentou.
A presidente da Comissão Europeia reforçou que a UE "sempre deixou claro que prefere uma solução negociada. Essa continua sendo nossa posição, e vamos usar o tempo que temos até 1º de agosto".
Bruxelas havia preparado tarifas sobre produtos americanos no valor de cerca de € 21 bilhões, em resposta às tarifas de 25% impostas por Donald Trump sobre as importações de aço e alumínio no início do ano. No entanto, em abril, a Comissão anunciou a suspensão dessas medidas para abrir espaço a um acordo comercial mais amplo com o governo Trump. A suspensão das tarifas de retaliação da União Europeia sobre o aço e o alumínio dos Estados Unidos expiraria na noite de segunda (14) para terça-feira (15).
Mas no sábado (12), o presidente dos Estados Unidos, anunciou a imposição de tarifas de 30%, a partir de 1º de agosto, sobre produtos da União Europeia e do México. Bruxelas reagiu e a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, afirmou que a UE possui "as ferramentas" para se defender contra as tarifas recém-anunciadas e, especificamente, contra os serviços exportados pelos Estados Unidos.
"A UE sempre buscou uma solução negociada. Mas, se necessário, também dispõe de ferramentas para defender seus interesses", afirmou Kaja Kallas, em entrevista à imprensa francesa.
A mais recente escalada de Donald Trump, em meio às negociações com Bruxelas, provocou fortes reações na Europa, onde setores essenciais da economia podem ser afetados, como automóveis, medicamentos, aviões e até o vinho.
(Com AFP)