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'Tarifaço' de Trump poderá reduzir PIB brasileiro em R$ 25,8 bilhões em até dois anos, diz estudo

Dados divulgados pela Federação de Indústrias de MG (FIEMG) indicam que tarifas podem gerar queda de renda familiar e redução de empregos

5 ago 2025 - 16h39
(atualizado às 16h59)
Resumo
Estudo da FIEMG aponta que as tarifas comerciais impostas por Donald Trump podem reduzir o PIB brasileiro em R$ 25,8 bilhões no curto prazo, com queda de renda familiar e perda de 146 mil empregos.
Terminal do Porto de Santos, no litoral de São Paulo
Terminal do Porto de Santos, no litoral de São Paulo
Foto: Wikicommons

Um estudo divulgado pela Federação de Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) nesta terça-feira, 5, aponta que as tarifas comerciais de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras, ainda que com isenção para 694 produtos, podem reduzir o PIB do Brasil em R$ 25,8 bilhões no curto prazo. O 'tarifaço' entra em vigor a partir da próxima quarta-feira, 6. 

De acordo com as estimativas, no curto prazo, entre 1 a 2 anos, as tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, podem reduzir o PIB nacional e aumentar a taxa de desemprego a partir do encolhimento do comércio exterior, já que estoques e mão de obra podem permanecer ociosos nos setores exportadores mais afetados. 

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Os impactos podem ser ainda mais nocivos no longo prazo, em um período de 5 a 10 anos. Segundo a projeção da FIEMG, ainda que parte do prejuízo seja absorvido pelo mercado interno e por outros países, a perda permanente dos negócios internacionais acaba reduzindo a capacidade de crescimento da economia brasileira. 

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Em números, a entidade prevê que, no curto prazo, o tarifaço pode resultar na redução do PIB brasileiro em R$ 25,8 bilhões, além da perda da renda familiar de R$ 2,74 bilhões e redução de 146 mil postos de trabalho formais e informais em até dois anos. 

No longo prazo, a redução do PIB seria de R$ 110,4 bilhões, com a renda familiar encolhida em R$ 11,5 bilhões e a perda de 618 mil postos de trabalho em até 10 anos, segundo a FIEMG. 

Os setores industriais mais afetados pelo tarifaço, no curto e no longo prazo, serão a siderurgia, a fabricação de produtos de madeira, de calçados e de máquinas e equipamentos mecânicos., de acordo com o estudo. Quanto à agropecuária, preocupa o impacto sobre a pecuária e, em especial, a cadeia da carne bovina, que ficou de fora da lista de isenções e representa parcela significativa da exportação brasileira aos EUA. 

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Ao todo, o Brasil exportou US$ 40,4 bilhões para os Estados Unidos em 2024, equivalente a 1,8% do PIB nacional --metade do valor estava agregado em combustíveis minerais, ferro e aço e máquinas e equipamentos, produtos que não receberam isenção. Os itens que não foram liberados das tarifas de Trump representam cerca de 55% das exportações, com valor de US$ 22 bilhões em 2024.

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'Tarifaço' de Trump

Na última quarta-feira, 30, o presidente Donald Trump assinou uma Ordem Executiva implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o valor total da tarifa para 50%. A lista de exceções conta com 694 itens, entre eles estão alguns produtos importantes como o suco de laranja, a celulose e aviões.

A informação foi publicada pela Casa Branca em uma “ficha informativa” que aborda, segundo a instituição, as “ameaças do Governo Brasileiro aos EUA”.  

De acordo com o documento, as tarifas são para lidar com políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia do país norte-americano.

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“A Ordem declara uma nova emergência nacional usando a autoridade do Presidente sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional de 1977 (IEEPA) e estabelece uma tarifa adicional de 40% para lidar com as políticas e ações incomuns e extraordinárias do Governo do Brasil que prejudicam empresas dos EUA, os direitos de liberdade de expressão de cidadãos dos EUA, a política externa dos EUA e a economia dos EUA”, diz a Casa Branca. 

A Ordem classificou a “perseguição, intimidação, assédio, censura e processos politicamente motivados pelo Governo do Brasil contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores” como “graves violações dos direitos humanos”. Os atos, segundo eles, minaram o Estado de Direito no Brasil.

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Foto: Reprodução
Fonte: Redação Terra
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