O Pix Automático, lançado em 2025, promete modernizar pagamentos recorrentes com maior inclusão e praticidade, mas ainda conviverá com cartões de débito e crédito devido a suas funções complementares e desafios de adoção e segurança.
O Pix Automático, lançado em 16 de junho de 2025, surge como uma inovação importante no sistema de pagamentos brasileiro, prometendo modernizar e simplificar a forma como consumidores realizam pagamentos recorrentes, como contas de luz, água, mensalidades escolares, academias e serviços de streaming.
Diferente do débito automático tradicional, que exige convênios entre empresas e bancos e costuma ser restrito a grandes companhias, o Pix Automático democratiza esse serviço, permitindo que pequenas empresas e microempreendedores individuais (MEIs) também ofereçam cobrança automática aos seus clientes, com autorização única feita diretamente pelo aplicativo bancário do consumidor.
Entre os principais pontos positivos do Pix Automático está a praticidade para o usuário, que autoriza uma única vez o pagamento recorrente, podendo definir limites e regras no app do banco, além de ter total controle para consultar, cancelar ou alterar as autorizações a qualquer momento. Essa flexibilidade e transparência são vantagens claras em relação ao débito automático tradicional, que pode ser mais rígido e burocrático.
Para as empresas, o sistema reduz custos e facilita a gestão de cobranças, ampliando o acesso a pagamentos automáticos para negócios de todos os portes. Além disso, o Pix Automático deve beneficiar até 60 milhões de brasileiros que não possuem cartão de crédito, ampliando a inclusão financeira e o acesso a serviços digitais, como streaming e SaaS, com projeção de movimentar mais de US$ 30 bilhões em pagamentos recorrentes até 2027.
Por outro lado, o Pix Automático ainda enfrenta desafios importantes. O desconhecimento da população sobre seu funcionamento é grande — pesquisas indicam que quase 70% dos brasileiros não sabem como a nova modalidade opera, o que pode atrasar sua adoção em massa. Além disso, a segurança e a confiança no sistema precisarão ser consolidadas, já que o consumidor precisa autorizar débitos automáticos e gerenciar limites para evitar cobranças indevidas. Embora o Pix seja seguro, a nova funcionalidade exige que usuários estejam atentos às notificações e façam a gestão ativa das autorizações.
Outra limitação potencial é que, apesar de o Pix Automático ser um forte candidato a substituir o débito automático, ele não elimina completamente o uso dos cartões de débito e crédito, que ainda oferecem vantagens em compras pontuais, parcelamentos e programas de fidelidade, além de serem amplamente aceitos no comércio físico e digital.
O Pix Automático representa uma evolução significativa para os pagamentos recorrentes no Brasil, oferecendo maior inclusão, praticidade e competitividade no setor financeiro. No entanto, ele deve conviver com os cartões de débito e crédito, que mantêm funções complementares e vantagens específicas. A substituição total desses meios de pagamento ainda não é uma realidade imediata, mas o Pix Automático certamente se posiciona como uma alternativa robusta e acessível para consumidores e empresas, especialmente no contexto dos pagamentos periódicos.
Assista ao vídeo com o comentário de Márcio Souto, diretor de produtos na Okto.
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