Acharam que Trump e eu iríamos entrar em guerra, mas terminamos amigos, diz Lula

Presidente também faz votos de que o Brasil não seja 'dominado' pelos algoritmos e criticou o que chamou de 'período de ódio' na política brasileira

23 dez 2025 - 13h34
(atualizado às 13h55)
Lula e Trump se reuniram no último domingo, 26, enquanto cumprem agenda na Ásia
Lula e Trump se reuniram no último domingo, 26, enquanto cumprem agenda na Ásia
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o ano termina "bem" e com o tarifaço dos Estados Unidos "irrelevante" para o Brasil. As declarações ocorreram durante solenidade no Palácio do Planalto para a assinatura de um decreto que dispõe sobre o reconhecimento, a valorização e a promoção da cultura gospel como manifestação cultural nacional.

"O ano termina bem. O preço do alimento está caindo, as pessoas estão voltando a acessar coisas que ficaram mais caras. Mesmo a taxação que os Estados Unidos fizeram contra o Brasil terminou sendo irrelevante", afirmou Lula. "Quando muita gente imaginava que eu e o Trump iríamos entrar em guerra, nós terminamos virando amigos. Ora, porque temos de acreditar sempre. Desacreditar jamais."

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Na cerimônia, estavam presentes políticos evangélicos, como o advogado-geral da União, Jorge Messias, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) e o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ). Também compareceram ao evento representantes de diferentes segmentos da igreja evangélica, com apresentações artísticas e discursos.

Lula disse que a ideia da assinatura do decreto foi de Eliziane Gama. "Na política é assim, a gente nunca agradece quem ajudou a gente", disse o presidente, ao fazer um agradecimento à parlamentar pela sugestão.

O decreto estabelece que a cultura gospel será compreendida como conjunto de expressões artísticas culturais e sociais que se vinculam à manifestação da fé no Brasil, tendo em vista a valorização, promoção e proteção da cultura gospel no âmbito das políticas públicas de cultura.

"A tua reivindicação está sendo atendida porque é fazer justiça ao povo evangélico e à música gospel", declarou o presidente da República à senadora. "A assinatura deste decreto representa mais um passo importante de acolhimento e respeito à comunidade do povo evangélico no Brasil. É um ato simples, mas com força simbólica muito profunda", afirmou.

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'Não sermos dominados pelos algoritmos'

No evento, Lula também criticou o que chamou de "período de ódio" na política brasileira e afirmou que deseja um País "menos algoritmizado", com referência ao sistema de distribuição de informações nas redes sociais.

"Que este ato de reconhecimento fortaleça os artistas, os músicos, os corais, os compositores, os fiéis e todos aqueles que, com talento e fé, ajudam a construir pontes de diálogo, paz e compreensão no nosso País. Que possamos seguir cantando, cada um à sua maneira, mas sempre com respeito, amor, compromisso com um Brasil mais justo, mais humano, mais fraterno, e um País menos algoritmizado", disse.

Lula continuou: "Uma das lutas que eu pretendo fazer neste momento histórico da minha vida, com 80 anos, é tentar reeducar o ser humano a não perder o que ele tem de essencial, que é o humanismo. Não temos o direito de sermos dominados pelos algoritmos".

O presidente da República também disse no evento que tem de agradecer a Deus pela sua trajetória. "Este dia de hoje é um dia gratificante para mim. Digo sempre que se tem alguém que tem de agradecer todo santo dia a Deus, sou eu. Porque, na minha vida, aconteceu quase tudo que não estava previsto acontecer", disse.

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O chefe do Poder Executivo disse ainda que "está chegando a hora da verdade" no Brasil. "Eu já fui presidente outras vezes. Já disputei muitas eleições. Nunca vivi um período de ódio estabelecido na política brasileira. E a quantidade de leviandades e mentiras que são jogadas todo santo dia, sem nenhum compromisso com a verdade."

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