Haddad diz que só recebeu 'radiografia' correta dos Correios com a troca da diretoria, em setembro

Ministro afirma que pasta fará 'linha do tempo' para mapear o que houve com a estatal; Tesouro aprovou nesta quinta operação de crédito de R$ 12 bi à estatal

18 dez 2025 - 18h10
(atualizado às 20h00)

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, 18, que só recebeu a "radiografia" correta dos Correios com a troca de diretoria da empresa, o que aconteceu em setembro deste ano.

Segundo o ministro, as primeiras conversas sobre problemas na estatal começaram em julho, quando a pasta começou a entender a crise, mas foi apenas com a chegada do novo presidente, Emmanoel Rondon, que a gravidade da situação ficou clara, a partir do pedido de empréstimo de R$ 20 bilhões.

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"Nos Correios, a Fazenda só recebeu a radiografia correta com a nova diretoria. Está tudo na mesa (sobre soluções para a reestruturação da empresa). Temos uma equipe aqui no Ministério da Fazenda dedicada a isso, desde que os números chegaram, a radiografia correta chegou, para botar de pé o plano de recuperação", afirmou.

O ministro chegou a afirmar que a decisão sobre o aval ao empréstimo deveria acontecer até esta sexta-feira, e que os Correios estudavam parcerias com outras empresas e bancos, como a Caixa, para explorar a sua capilaridade pelo País.

Após a declaração, porém, o Tesouro Nacional aprovou a operação de crédito de R$ 12 bilhões aos Correios envolvendo cinco bancos. Com isso, a estatal terá o aval do órgão público, e poderá contar com juros mais baixos para pagar dívidas e estruturar o seu plano de recuperação.

Ele afirmou que a primeira proposta dos bancos, com taxas de juros de 136% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) foi considerada muito elevada, e por isso um aporte na estatal chegou a ser considerado.

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"Isso (aporte) vai dar tempo de os Correios explorarem as melhores parcerias. Não é empréstimo para adiar o problema, é para resolver o problema. Até pela surpresa do número que foi pedido (de R$ 20 bilhões)."

Haddad também afirmou que a pasta vai fazer uma "linha do tempo", com uma retrospectiva na empresa, para entender como a estatal chegou a essa crise.

"Estamos fazendo uma linha do tempo, para fazer uma retrospectiva, para saber exatamente os passos que concorreram com essa situação (dos Correios). Nem é bom fazer volume de empréstimo global (de R$ 20 bilhões) sem um acompanhamento da reestruturação, para que ela seja efetiva e resulte em algo sustentável", disse.

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