Oferecimento

Líder do governo no Senado fala em custo de R$17 bi para desoneração em 2024, abaixo da projeção da Fazenda

Projeção do Ministério da Fazenda é que o custo seja de de R$ 26,3 bilhões

13 jun 2024 - 15h45
(atualizado às 16h13)
Senador Jaques Wagner defende volta da taxação de importados ao texto do Mover
Senador Jaques Wagner defende volta da taxação de importados ao texto do Mover
Foto: Pedro França/Agência Senado / Estadão

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou nesta quinta-feira que o custo da desoneração da folha, que precisará ser compensado por medidas arrecadatórias, deve ficar em aproximadamente 17 bilhões de reais em 2024, valor significativamente inferior à projeção do Ministério da Fazenda, de 26,3 bilhões de reais.

Após se reunir com lideranças do Senado, ele afirmou que a desoneração a prefeituras de pequeno porte reduzirá em 8,1 bilhões de reais as receitas do governo em 2024, valor obtido a partir do resultado apurado dos primeiros quatro meses do ano. A estimativa da Fazenda era de um custo de 10,5 bilhões de reais nesse caso.

Publicidade

Para a desoneração da folha de 17 setores da economia, o senador, que é relator de projeto sobre a desoneração, disse que o impacto previsto é de 9 bilhões de reais, contra estimativa de 15,8 bilhões de reais feita pela Fazenda.

Com o objetivo de compensar a desoneração, o governo enviou ao Congresso neste mês uma medida provisória para limitar o uso de créditos de Pis/Cofins, prevendo impacto de 29,2 bilhões de reais neste ano. A medida foi alvo de críticas de setores e perdeu efeito ao ser parcialmente devolvida pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Com a devolução, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a pasta não tem "plano B", mas vem afirmando que a equipe econômica ajudará a analisar sugestões dos senadores, podendo também colocar propostas sobre a mesa.

"A responsabilidade não é exclusiva deles (senadores), é do governo e dos empresários também", disse Wagner.

Publicidade

Na entrevista, o senador afirmou que podem entrar em discussão para compensar o benefício medidas como renegociação de dívidas de empresas com agências reguladoras, repatriação de ativos de brasileiros no exterior e atualização do valor de bens com pagamento de tributo, além do uso de depósitos judiciais sem titularidade e de dinheiro esquecido no sistema financeiro.

Perguntado sobre o efeito arrecadatório pontual dessas medidas, sem ganho de arrecadação nos próximos anos, quando a desoneração ainda estará em processo de redução gradual, ele sugeriu que também seja feita uma discussão sobre medidas mais perenes, sem dar detalhes.

Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
TAGS
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se