URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

Levy diz que único defeito foi não ter feito reforma antes: 'Vai facilitar a vida do empresário'

Ex-ministro da Fazenda e economista-chefe do Safra afirma que questão fiscal no Brasil precisa ser olhada sob uma nova ótica e que o País precisa de 'metas claras'

11 nov 2023 - 15h56

CHICAGO - O ex-ministro da Fazenda e economista-chefe do banco Safra, Joaquim Levy, afirmou que a aprovação da reforma tributária é importante e vai adicionar simplicidade e clareza ao sistema, que é "muito problemático". O grande defeito foi não ter sido realizada antes, conforme ele.

A reforma tributária foi aprovado na semana passada no Senado e, agora, volta novamente para a Câmara para passar pelo crivo dos deputados, que já haviam analisado o texto em julho.

Publicidade

"A reforma realmente é extremamente importante. Vai ter efeitos muito positivos sobre a economia. A tribulação é muito problemática no País, são vários Estados e muitos municípios, o que gera uma guerra fiscal que nem sempre é salutar", disse Levy, em palestra, durante o evento MBA Brasil, organizado por estudantes brasileiros, em Chicago, nos Estados Unidos. "A reforma vai dar muito mais simplicidade, clareza, vai facilitar a vida do empresário", acrescentou.

O único defeito, na sua visão, foi não ter feito a reforma tributária antes. Mas, conforme Levy, em um processo democrático, nada sai da prancheta facilmente. "Você tem de acomodar 1.001 interesses. É do jeito que coisas funcionam. A vantagem no Brasil é que as coisas não parecem tão perfeitas e demoram, mas parecem mais sólidas", disse Levy.

Ao comentar as vantagens da reforma tributária, o ex-ministro disse que os benefícios devem ser positivos considerando ainda a reorganização das cadeias de produção ao redor do mundo e a nova economia, considerando a transição energética. Segundo ele, uma tributação mais simples permite maiores cadeias de produção. "Para atrair investimento interno, precisamos de simplicidade", concluiu.

Crescimento do Brasil

Levy afirmou ainda que a economia brasileira deve crescer quase 3% este ano e 2,5% no próximo. "O Produto Interno Bruto (PIB) este ano já está resolvido e está sendo beneficiado, principalmente, pelo agronegócio", disse.

Publicidade

No próximo ano, o crescimento desacelera um pouco, com o setor externo atrapalhando o ritmo de expansão, diz Levy. O que preocupa, na sua visão, é o crescimento futuro do Brasil.

"A pergunta é e depois? O problema é como fica o depois", afirmou o economista. Ele disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem trabalhado nesse sentido, mas não deu mais detalhes.

Levy afirmou que o crédito começa a dar melhores sinais no Brasil, com queda da inadimplência.

Segundo ele, a questão fiscal no Brasil também precisa ser olhada sob uma nova ótica e o País precisa de "metas claras". Na sua visão, essa discussão será crescente. "A questão fiscal tem de ser tratada por uma nova ótica. A maior parte dos gastos é obrigatória", disse.

Levy defendeu que o Brasil faça gastos mais produtivos e que a eficiência tem de ser olhada. O desafio é "transformar o limão em uma limonada", avaliou ele. "A evolução do gasto é muito importante. Precisamos de clareza nas metas, o que fazer com esse dinheiro", disse o ex-ministro.

Publicidade

Ele alertou que a clareza fiscal aumenta o espaço para a política monetária. "Hoje, a política monetária é clara e prevê tantas reduções de juros no Brasil", avaliou. De acordo com Levy, a comunicação do Banco Central indica ser bastante razoável que a taxa de juros real da economia seja de 4%. "Da para fazer trilhões de coisas no Brasil", concluiu.

TAGS
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações