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Itaú é muito mais complexo que Nubank, e modelo de banco tradicional está morto, diz Alfredo Setubal

CEO da Itaúsa diz que concorrência criou desafios para bancos tradicionais, mas que Itaú conseguiu superá-los de maneira 'forte', principalmente no que diz respeito à tecnologia

1 dez 2025 - 13h36
(atualizado às 13h50)

O CEO da Itaúsa, Alfredo Setubal, afirmou nesta segunda-feira, 1º, que a holding não pretende reduzir a participação no Itaú Unibanco, atualmente em cerca de 37%.

"O Itaú será sempre nossa âncora em termos de portfólio", disse, em evento com acionistas na B3 para marcar o aniversário de 50 anos do grupo. "Essa concentração de risco é o que nos trouxe até aqui", acrescentou.

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O executivo ressaltou que o maior banco privado País têm apresentado desempenho forte e consegue fazer frente à crescente concorrência das fintechs. Para ele, o Itaú está bem posicionado na transformação digital e já se aproxima dos novos players.

Segundo Setubal, o Itaú é muito mais complexo do que o Nubank, por exemplo, porque oferece um serviço bancário completo. As fintechs, por outro lado, já nasceram em um contexto totalmente digital, de acordo com ele.

O CEO da Itaúsa, Alfredo Setubal
O CEO da Itaúsa, Alfredo Setubal
Foto: Felipe Rau/Estadão / Estadão

"Vemos a concorrência de uma forma saudável. Ela trouxe desafios para bancos tradicionais, mas o Itaú conseguiu superar isso de forma boa e forte, principalmente no que diz respeito à tecnologia", enfatizou.

O Itaú se firmou no mercado como um banco tradicional com agências físicas, modelo que Setubal considera "morto". Até por isso, é improvável que continue se expandir fortemente internacional para além dos países em que já atua, conforme o executivo. Essa ambição era maior à época da fusão com o Unibanco, em 2008, mas a organização percebeu as dificuldades nesse tipo de plano, disse. "Não temos expertise de ser puramente digital para levar para outros lugares", argumentou.

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Número de acionistas

Setubal disse ainda que a Itaúsa passou de 40 mil acionistas pessoa física (PF) em 2015 para quase 1 milhão atualmente.

O executivo comentou que a companhia pretende seguir na liderança em termos de sustentabilidade, em parceria com as empresas investidas.

"Nós acreditamos no Brasil, investimos no Brasil e queremos que o País continue crescendo", disse. "Continuamos apoiando negócios estratégicos, incentivando a inovação e a produtividade, com foco no longo prazo", acrescentou.

Alpargatas

Setubal reconheceu que a holding cometeu "muitos erros" ao entrar na Alpargatas, participação que comprou em 2017. "Nos perdemos um pouco na gestão", admitiu.

Desde 2021, a Alpargatas enfrentou uma queda acentuada nas ações, após um esforço fracasso de diversificação, com a compra da norte-americana Rothy's, mal-recebida pelo mercado. Com a troca de Roberto Funari por Liel Miranda como CEO, no ano passado, a companhia entrou em um processo de recuperação, mas ainda dá prejuízo para a Itaúsa, de acordo com Setubal. "Aprendemos com erros", garantiu.

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O executivo também comentou a expectativa de que, em algum momento, a Aegea abra capital, embora não tenha apresentado um cronograma detalhado. Sobre a Copa Energia, Setubal destacou que a entrada na Bolsa seria um processo mais difícil, mas que pode vir a ser uma possibilidade caso haja necessidade de mais recursos.

Ele acrescentou que a Itaúsa não tem considerado mudar para o modelo de Novo Mercado na B3, ainda que já cumpra os principais requisitos de governança. Também não há expectativa para novos chamamentos de capital nos próximos anos, destacou.

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