ETFs de ouro e criptomoedas: proteção ou oportunidade real de ganho? 

11 dez 2025 - 09h12
ETFs. Foto: Pexels
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Foto: Suno

Os chamados ativos "alternativos" vêm ganhando espaço na carteira dos investidores, especialmente em um cenário de volatilidade global e juros altos. Dentro desse universo, destacam-se os ETFs de ouro e os de criptomoedas. A seguir, entenda melhor como utilizar essas opções para proteger e gerar valor aos seus investimentos.

Apesar de muitas vezes serem colocados na mesma prateleira, ouro e criptomoedas cumprem papéis diferentes em uma carteira de investimentos. Segundo Danilo Moreno, analista da Investo, o primeiro passo é reconhecer que, embora ambos sejam considerados ativos alternativos, eles não respondem aos mesmos fatores.

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"O ouro é um ativo milenar, aceito como forma de pagamento há séculos e visto como reserva de valor. Já o Bitcoin é jovem, digital e ainda em processo de adoção, funcionando muito mais como uma aposta de crescimento do que como proteção tradicional", afirma.

Renato Eid, superintendente de estratégias indexadas da Itaú Asset, reforça essa diferença estrutural.

"Ouro e cripto costumam aparecer na mesma prateleira porque têm baixa correlação com ações e diversificam o portfólio. Mas a semelhança termina aí. O ouro preserva, enquanto o Bitcoin amplia assimetria e oferece potencial exponencial."

ETFs de ouro como estratégia defensiva

"O ouro preserva seu papel histórico em tensões geopolíticas, choques inflacionários e correções abruptas. Ele não elimina o risco, mas melhora a resiliência da carteira", diz Eid.

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Dessa forma, os ETFs baseados no metal precioso também refletem essa tendência. Para exemplificar, Moreno cita o recente desempenho do GLDX11, ETF de ouro da Investo:

"O GLDX11 foi lançado em março de 2025 e se beneficiou da forte aversão a risco após o início das guerras tarifárias. Enquanto ações e renda fixa sofreram quedas em abril, o ouro suavizou perdas e acumulou mais de 26% de alta em reais desde o início."

Ou seja: quem busca proteção de curto prazo encontra no ouro e nos ETFs que o replicam um aliado mais estável e previsível.

ETFs de cripto como assimetria positiva

No caso dos ETFs de criptomoedas, a dinâmica é diferente. Isso porque, segundo Moreno, o Bitcoin ainda não pode ser considerado um hedge clássico.

"Em crises recentes, como em 2022, as criptos caíram junto com as ações. O Bitcoin é volátil, reage rápido ao humor do mercado e não carrega o mesmo histórico de proteção que o ouro".

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Por outro lado, Eid argumenta que isso não invalida seu papel na carteira, apenas o torna diferente:

"O Bitcoin é uma forma de diversificação com assimetria positiva. A volatilidade é alta, mas a trajetória de adoção global continua crescendo e pode impulsionar o portfólio no médio e longo prazo."

Como equilibrar os dois mundos

Segundo os especialistas, não se trata de optar entre um ou outro, mas, sim, combinar ouro e criptomoedas para atender ao perfil e ao horizonte de investimento de cada um.

"O ouro tende a ficar na parcela defensiva da carteira, com alocações de 5% a 10%. Já o Bitcoin atrai perfis mais agressivos, que toleram quedas superiores a 50% em busca de ganhos exponenciais", diz Moreno.

"Ouro protege o curto prazo. Cripto potencializa o longo prazo. Não são concorrentes. São peças complementares, desde que calibradas ao objetivo do investidor", complementa Eid.

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Portanto, não há uma fórmula única, e sim princípios que ajudam a construir uma estratégia mais assertiva.

"O melhor caminho é mesclar o ouro como estabilizador e o Bitcoin como vetor de crescimento futuro. Investidores iniciantes podem começar com posições pequenas em cripto e ampliar conforme ganham confiança", afirma Moreno.

"O importante é não confundir papéis. Ouro reduz amplitude. Cripto amplia retorno potencial. Juntos, trazem equilíbrio", complementa Eid.

Independentemente da estratégia adotada, os ETFs surgem como uma alternativa simples e acessível para investir em ouro ou criptomoedas.

"Os ETFs permitem exposição ao ouro ou ao Bitcoin com baixo custo e sem preocupações com armazenamento, custódia ou risco operacional. É o caso do GLDX11 (ouro) e do HODL11 (Bitcoin)", completa Moreno.

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