O dólar fechou a quinta-feira em queda firme contra o real, em um movimento de correção, enquanto os investidores digeriram as decisões de juros do Copom e do Federal Reserve e a moeda norte-americana perdia força no exterior.
O dólar à vista fechou em queda de 1,08%, aos R$5,4086 na venda.
Às 17h18, o contrato de dólar futuro para janeiro -- atualmente o mais negociado no Brasil -- caía 1,27% na B3, aos R$5,4260.
Na quarta-feira, o Banco Central manteve a Selic em 15% ao ano, como esperado, e não sinalizou quando poderá iniciar um ciclo de cortes nos juros, reforçando que a manutenção desse nível por período bastante prolongado é a estratégia adequada para levar a inflação à meta.
"O Comitê avalia que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta", apontou o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC no comunicado, adotando a palavra "adequada" no lugar de "suficiente", usada em novembro."
Para a Wagner Investimentos, o comunicado do BC foi mais dovish do que o esperado.
"No geral, entendemos a decisão como benigna para ativos de risco devido projeções e retorno da compra de ativos", disse o relatório da casa, assinado por José Faria Júnior.
Horas antes do anúncio do Copom, o Fed cortou sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75%, em uma votação dividida, mas sinalizou que provavelmente fará uma pausa antes de outra redução.
A decisão da autarquia norte-americana enfraqueceu o dólar, que perdeu terreno ao longo da sessão para a maioria das principais divisas globais, incluindo pares do real, o que favoreceu a moeda brasileira.
Às 17h18, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,22%, a 98,364.
"Corte de 0,25 p.p. [do Fed] e manutenção de 15% [do Copom] ao ano aqui favorece o carry trade. O investidor está fazendo a conta do diferencial de juros", disse Fernando Bergallo, CEO da FB Capital.
Analistas vêm apontando o diferencial de juros entre Brasil e EUA como o principal motivo para que o dólar se mantenha em patamares mais baixos ante o real.
Nesse ambiente, o dólar atingiu a maior cotação do dia, de R$5,4781 (+0,19%), às 9h01, e marcou a mínima de R$5,3961 (-1,31%) às 15h50, para depois encerrar pouco acima deste nível.
No fim da manhã o Banco Central vendeu 50.000 contratos de swap cambial para rolagem do vencimento de 2 de janeiro.