Cortes em série e o preço da eficiência: EUA enfrentam crise biológica após demissões em massa no Departamento de Agricultura

A política de austeridade liderada por Elon Musk provocou uma onda de demissões em áreas estratégicas, comprometendo a segurança alimentar dos Estados Unidos e abrindo caminho para uma das maiores ameaças biológicas da história recente.

27 mar 2025 - 12h21
(atualizado às 15h50)
Foto: Xataka

Em fevereiro, cerca de 6 mil funcionários do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) foram demitidos como parte de um plano de reestruturação liderado por Elon Musk, à frente do recém-criado Departamento de Otimização Governamental e Eficiência (DOGE).

A justificativa era clara: cortar gastos e tornar a máquina pública mais eficiente. Mas o efeito foi o oposto. As demissões atingiram áreas críticas de fiscalização, abrindo caminho para o avanço de espécies invasoras e ameaçando a segurança alimentar do país.

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Invasores à solta

As unidades de Proteção e Quarentena Vegetal foram especialmente afetadas. Em portos estratégicos como Los Angeles e Miami, o número de agentes de inspeção caiu drasticamente — 35% a menos nas equipes de quarentena e até 60% de redução nos grupos de detecção de contrabando.

O resultado: contêineres acumulados, alimentos perecíveis perdendo validade e o ingresso de pragas como o caracol gigante africano e o besouro asiático de chifres longos, que colocam em risco cultivos inteiros e ecossistemas frágeis.

A cadeia de suprimentos em risco

Derek Copeland, ex-treinador do Centro Nacional de Treinamento de Cães Farejadores, alerta que a redução de equipes especializadas compromete a capacidade dos Estados Unidos de identificar ameaças biológicas em tempo hábil.

Mike Lahar, especialista em regulação aduaneira, vai além: basta uma falha para que uma praga entre e cause prejuízos em larga escala, afetando toda a cadeia de suprimentos — do ...

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