Em fevereiro, cerca de 6 mil funcionários do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) foram demitidos como parte de um plano de reestruturação liderado por Elon Musk, à frente do recém-criado Departamento de Otimização Governamental e Eficiência (DOGE).
A justificativa era clara: cortar gastos e tornar a máquina pública mais eficiente. Mas o efeito foi o oposto. As demissões atingiram áreas críticas de fiscalização, abrindo caminho para o avanço de espécies invasoras e ameaçando a segurança alimentar do país.
Invasores à solta
As unidades de Proteção e Quarentena Vegetal foram especialmente afetadas. Em portos estratégicos como Los Angeles e Miami, o número de agentes de inspeção caiu drasticamente — 35% a menos nas equipes de quarentena e até 60% de redução nos grupos de detecção de contrabando.
O resultado: contêineres acumulados, alimentos perecíveis perdendo validade e o ingresso de pragas como o caracol gigante africano e o besouro asiático de chifres longos, que colocam em risco cultivos inteiros e ecossistemas frágeis.
A cadeia de suprimentos em risco
Derek Copeland, ex-treinador do Centro Nacional de Treinamento de Cães Farejadores, alerta que a redução de equipes especializadas compromete a capacidade dos Estados Unidos de identificar ameaças biológicas em tempo hábil.
Mike Lahar, especialista em regulação aduaneira, vai além: basta uma falha para que uma praga entre e cause prejuízos em larga escala, afetando toda a cadeia de suprimentos — do ...
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