Como organizar o orçamento no segundo semestre e evitar apertos no fim do ano

Planejamento financeiro ajuda famílias a lidarem com despesas sazonais, fugirem do endividamento e aproveitarem melhor o 13º salário

7 jul 2025 - 16h28
Foto: Freepik

Com a chegada do segundo semestre, muitas famílias passam a lidar com uma série de despesas que exigem organização: férias escolares, rematrícula e compra de material, licenciamento de veículos, festas de fim de ano, viagens e presentes. O desafio é manter o orçamento sob controle até dezembro.

Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias brasileiras com algum tipo de dívida chegou a 78,2% em maio de 2025. A inadimplência, por sua vez, atingiu 29,5%, maior nível desde outubro de 2023.

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Esse cenário reforça a importância do planejamento financeiro. Famílias com diferentes perfis de renda, especialmente aquelas com compromissos fixos como escola, saúde e financiamentos, têm enfrentado dificuldade para manter as contas em dia.

Quando e como o orçamento pesa mais no segundo semestre

Entre julho e dezembro, o orçamento costuma ser pressionado por algumas despesas sazonais. O licenciamento de veículos, por exemplo, tem vencimentos concentrados nesse período em vários estados. Já a rematrícula escolar, em geral realizada entre agosto e outubro, costuma exigir antecipação de valores. Também é possível adiantar a compra de material escolar, aproveitando melhores condições de pagamento.

O inverno traz os chamados “gastos invisíveis”, como aumento nas contas de energia elétrica e gás, além de gastos extras com delivery e roupas de frio, especialmente para quem tem crianças. Para evitar surpresas, o ideal é listar essas despesas e distribuir os pagamentos ao longo dos meses.

As datas comemorativas também impactam o orçamento. Em julho, as férias escolares elevam os custos de viagem, hospedagem e lazer. No segundo semestre, ainda há Dia dos Pais, Dia das Crianças, Black Friday e Natal. Segundo estimativa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), as compras de fim de ano devem movimentar mais de R$ 51 bilhões no comércio.

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O pagamento do 13º salário, previsto para novembro e dezembro, pode ser um aliado do planejamento. A recomendação é priorizar o pagamento de dívidas com juros mais altos, como cartão de crédito e cheque especial. Quem estiver com as contas em dia pode reforçar a reserva de emergência ou antecipar despesas do início do próximo ano.

O professor Christiano Modesto Penna, do Departamento de Teoria Econômica da Universidade Federal do Ceará (UFC), observa que o segundo semestre impõe desafios específicos ao orçamento doméstico. Segundo ele, mesmo com despesas obrigatórias aparentemente estáveis, eventos como Black Friday, Natal e festas de fim de ano podem estimular gastos excessivos. “Para quem já está com o orçamento comprometido, o ideal é reorganizar as finanças e planejar o uso do 13º salário com antecedência, priorizando dívidas de juros altos e despesas do início do próximo ano”, afirma.

Como se organizar financeiramente até o fim do ano

O professor Alex de Souza Silva, economista e docente na Universidade Salvador (UNIFACS), observa que a organização financeira envolve mais do que medidas práticas. “Além de cortar gastos e definir metas com a participação da família, é preciso considerar também o aspecto emocional que pode levar ao consumo sem controle”, diz. Para ele, o planejamento deve levar em conta o perfil de cada núcleo familiar.

O professor Christiano também destaca que, ao receber recursos extras, é importante evitar que eles se transformem em novas dívidas. “Reservar parte do valor para despesas previstas no início do ano seguinte, como matrícula escolar, IPTU e material escolar, pode ajudar a manter o controle financeiro mesmo após o período festivo”, orienta.

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uma plataforma gratuita desenvolvida em parceria com o Me Poupe!. A ferramenta é composta por vídeos curtos organizados em quatro trilhas educativas e 11 módulos, com temas como controle de gastos, uso consciente do cartão de crédito, quitação de dívidas e primeiros passos no mundo dos investimentos.

A proposta é apresentar o conteúdo em linguagem descomplicada e prática, com foco na aplicação no dia a dia. Além das aulas, cada trilha inclui exercícios práticos e oferece certificado ao final. A plataforma é aberta a qualquer pessoa, sem exigência de ser cliente da 99 ou da 99Pay.

Fonte: 99
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