Nesta terça-feira (4), durante o Capital Market Day, a Telefónica Global apresentou seu plano estratégico de longo prazo, denominado "Transform & Grow" (Transformar e Crescer), que cobre o período de 2026 a 2030, e o CEO da Telefónica, Marc Mutra, afirmou que o objetivo é transformar a companhia em uma operadora europeia de classe mundial com escala rentável.
Nesta terça-feira (4), durante o Capital Market Day, a Telefónica Global apresentou seu plano estratégico de longo prazo, denominado "Transform & Grow" (Transformar e Crescer), que cobre o período de 2026 a 2030, e o CEO da Telefónica, Marc Mutra, afirmou que o objetivo é transformar a companhia em uma operadora europeia de classe mundial com escala rentável.
Também haverá redução nos dividendos da companhia espanhola. Após o balanço divulgado nesta manhã, a Telefónica afirmou que cortará pela metade os proventos em 2026. O fato fez com que as ações (TEF) caíssem 12,67% em Madri.
Balanço positivo da Telefónica
A Telefónica registrou um lucro líquido de 276 milhões de euros no terceiro trimestre, 92 vezes maior do que o ganho de 3 milhões de euros no mesmo período do ano passado.
O Ebitda ajustado também cresceu, mas em volume mais modesto, alta de 1,2% na comparação anual, a 3,07 bilhões de euros. A receita, por outro lado, diminuiu 1,5%, a 8,96 bilhões de euros.
Dos 3 bilhões de euros em eficiências esperadas até 2030, a maior parte corresponde à redução de custos operacionais. Especificamente, 2,01 bilhões de euros são cortes recorrentes aos custos de operação, enquanto 920 milhões de euros são oriundos do CapEx (investimentos de capital).
Somente nos nove primeiros meses de 2025, a Telefónica gastou 19,02 milhões de euros com custos operacionais.
"Os resultados do terceiro trimestre refletem a força e a execução disciplinada da companhia, com crescimento robusto e de alta qualidade nas adições de clientes de fibra e 5G. Continuamos a conquistar espaço em mercados altamente competitivos graças à nossa tecnologia de ponta, aliada a índices de churn (perda de clientes) e NPS (satisfação do cliente) líderes do setor", afirmou Emilio Gayo, diretor de operações da Telefónica em nota.
Para ele, o crescimento consistente da receita e do EBITDA reflete a excelência operacional, com desempenho sólido na Espanha e no Brasil.
Importância do Brasil para a companhia
O Brasil é um dos quatro mercados principais do grupo (junto com Espanha, Alemanha e Reino Unido), sendo o maior mercado da América Latina com a Vivo, apontou o executivo.
“Além de ser o maior mercado da América Latina, o Brasil tem o maior PIB da região e um alto nível de crescimento. O setor móvel está consolidado e o país representa um eixo fundamental para o nosso crescimento global”, disse Mutra.
A operação brasileira apresentou crescimento orgânico de receita de 6,5% no terceiro trimestre de 2025 e o Ebitda acelerou 9% no mesmo período. O foco da companhia no país está na expansão da infraestrutura e no desenvolvimento de ecossistemas digitais.
Para Marc Mutra, o “crescimento complexo” da infraestrutura da companhia é um dos fatores que explicam o sucesso. A empresa também reafirmou seu compromisso de manter o grau de investimento.
Telefónica quer se consolidar em mercados fortes
Em sua visão sobre o futuro do setor, a Telefónica aponta que o mercado europeu é ineficiente devido à fragmentação, contabilizando 38 operadoras, em contraste com apenas três nos EUA e na China.
A consolidação europeia é vista como "provável de acontecer", apesar da incerteza sobre o timing. As sinergias potenciais de uma consolidação nos mercados principais (Europa e Brasil) poderiam gerar um montante entre 18 bilhões de euros e 22 bilhões de euros.
A empresa confirmou a continuidade do processo de saída completa da Hispam (operações na América Latina de língua espanhola, excluindo o Brasil).
As vendas de operações no Uruguai e Equador foram concluídas em outubro de 2025, e a venda da Colômbia está em processo avançado, sujeita a condições. A empresa planeja deixar também operações no México, Chile e Venezuela.