Uma ajuda à Grécia só poderia ocorrer na forma de empréstimo sob condições muito restritas, afirmou nesta segunda-feira o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet.
Em seus comentários mais específicos até agora sobre um suporte à Grécia, Trichet afirmou que a ajuda deve ser dada somente se houver grande necessidade que amece a zona do euro como um todo.
"Só podemos falar sobre um empréstimo sem qualquer tipo de subsídio. Isso precisa estar extremamente claro", disse a um comitê do Parlamento Europeu. "Esse empréstimo é a única possibilidade em nossa visão".
Trichet também deixou a porta aberta para o BCE aceitar títulos gregos com classificação mais baixa como garantia aos empréstimos caso o país seja rebaixado novamente, enquanto rejeitou a perspectiva de qualquer nação deixar a zona do euro. "A zona do euro não é ''à la carte''. Entramos na zona do euro para compartilhar um destino comum", afirmou.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, propôs que os líderes da União Europeia (UE) concordem na cúpula desta semana com um pacote de ajuda financeira que fique como "standby", e Atenas tem afirmado que pode se voltar ao Fundo Monetário Internacional (FMI) caso a zona do euro, composta por 16 países, não desenvolva um plano.
Trichet disse que o BCE acredita que os mercados e as agências de rating progressivamente vão se dar conta da importância das medidas "convicentes e corajosas" da Grécia para reduzir o déficit fiscal.
Questinado sobre os planos do BCE para elevar o limite de aceitação de títulos como garantia de empréstimo no final do ano, Trichet deixou espaço para ampliar as regras menos rígidas se a dívida grega for classificada abaixo de "A-" pelas três principais agências de risco.
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