O Banco Central decidiu nesta quarta-feira manter a taxa Selic em 15% ao ano, como esperado, e não sinalizou quando poderá iniciar um ciclo de cortes nos juros, reafirmando que a manutenção desse nível por período bastante prolongado é a estratégia adequada para levar a inflação à meta.
O comunicado da decisão, tomada de forma unânime pela diretoria da autarquia, manteve quase a integralidade da mensagem apresentada em novembro, com poucas alterações, que incluíram projeções melhores para a inflação à frente.
"O Comitê avalia que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta", apontou o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC no comunicado, que pregou cautela na política monetária diante da elevada incerteza.
"O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que, como usual, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado."
A decisão desta quarta veio em linha com a expectativa de mercado captada em pesquisa da Reuters, na qual todos os 41 economistas entrevistados projetavam que o BC manteria a Selic em 15% neste mês.
O foco dos analistas, no entanto, estava em possíveis sinalizações da autarquia sobre quando poderá cortar a taxa, em meio a sinais crescentes de esfriamento gradual da economia e de um movimento de melhora das expectativas para os preços à frente, com a inflação corrente retornando nesta quarta-feira para dentro do intervalo de tolerância da meta.
O BC melhorou nesta quarta sua projeção de inflação para este ano em relação a novembro, de 4,6% para 4,4%, considerando o cenário de referência, que segue projeções de mercado para os juros.
Para o fechamento de 2026, a projeção caiu de 3,6% para 3,5%. Em relação ao segundo trimestre de 2027, atual horizonte relevante da política monetária, a expectativa ficou em 3,2%, contra previsão anterior de 3,3%.
Para fazer as projeções do cenário de referência divulgadas nesta quarta, o Copom considerou uma taxa de câmbio que parte de R$5,35, contra R$5,40 usados na reunião de novembro.