Ataque de Irã a Israel influenciou queda na bolsa brasileira, mas não é único motivo, diz economista

Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, falou também sobre o porquê do preço do petróleo ter caído, em vez de aumentado

18 abr 2024 - 19h14
(atualizado às 19h31)
Resumo
As consequências do ataque do Irã a Israel refletiram nos resultados do mercado financeiro: petróleo não caiu como o esperado, dólar subiu e B3 despencou.
Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor de Mercado, foi entrevistado no Terra Agora por Cazé Pecini
Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor de Mercado, foi entrevistado no Terra Agora por Cazé Pecini
Foto: Reprodução/Youtube/Terra

Nesta semana, parte dos resultados no mercado financeiro foram abalados pelo ataque do Irã a Israel, ocorrido no último sábado, 13. O petróleo não caiu como se esperava, mas o dólar subiu e a bolsa brasileira despencou. Para o economista Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, no entanto, não é possível jogar toda a culpa da queda da B3 no conflito internacional.

Em entrevista ao jornalista Cazé Pecini, no programa Terra Agora, ele explica que houve, sim, uma retirada de dinheiro do mercado brasileiro por parte de estrangeiros, que preferem investir em mercados mais seguros durante uma situação em que há um conflito iminente.

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"Isso efetivamente tira dinheiro da bolsa. Ela afundou e chegou aos 123 mil pontos, que a gente não via há tempos. Mas também tem uma insegurança com o governo brasileiro que aconteceu essa semana. Ele levou para 2026 a meta de ficar no zero a zero fiscal, ou seja, de gastar menos do que arrecada", afirma.

Essa mudança na meta fiscal do governo produziria insegurança ao investidor estrangeiro, "em um momento em que o mundo já está inseguro", resume Vasconcellos.

Petróleo

O conflito entre Irã e Israel também abalou o preço do petróleo, mas não da forma que era esperada. Por ser o oitavo produtor de petróleo do mundo, a expectativa era de que o preço aumentasse com a entrada do Irã em um conflito. Mas Marcos de Vasconcellos explica que, na verdade, houve um ajuste de expectativas.

"Essa semana o que a gente viu foi um mercado, entre aspas, apesar de toda a dor humanitária da guerra, os negociantes do mercado um pouco aliviados em relação à tensão que já vinha sendo criada a algum tempo da entrada do irã. Ou seja, já estavam esperando que o Irã entraria no conflito mais forte em breve.

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Quando ele entrou, as sanções que vieram foram sanções esperadas, não houve ameaças de bombardeios a cargueiros...", exemplifica.

Para o economista, o pensamento geral do mercado foi de que não viriam sanções piores e, assim, não haveria uma escalada do conflito para impedir a produção do petróleo.

"O preço nessa semana, justamente quando o conflito chegou no que parece ser o pico, aliviou. Caiu", afirma.

Dólar

Já o dólar seguiu um caminho contrário, que se relaciona com o movimento que ocorreu com a bolsa brasileira. Por ser uma moeda forte e estável é considerada mais segura de se investir.

"Os grandes investidores globais quando veem a escalada de um conflito eles tiram o dinheiro de uma caixinha e põem na outra", afirma.  "O Brasil é um mercado emergente não é tido como seguro. então o dólar sobe", complementa.

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O economista deu como exemplo também o ouro, que chegou em seu pico histórico nesta semana.

Fonte: Redação Terra
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