A cantora Grag Queen lançou seu primeiro álbum de estúdio, "Cósmica", que marca sua jornada artística e pessoal, explorando novos ritmos e revisitando experiências após a fama; ela iniciou a Turnê Cósmica com shows previstos no Brasil e no exterior, encerrando na Drag Con Brasil em 2026.
A cantora Grag Queen, de 30 anos, lançou recentemente seu primeiro álbum de estúdio, Cósmica. O nome do projeto faz alusão ao início de tudo. Para quem não se lembra — o que é difícil —, a artista venceu o reality Queen of the Universe (Paramount+), conquistou projeção internacional e levou o prêmio de US$ 250 mil, que na época equivalia a cerca de R$ 1,5 milhão.
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O projeto reúne 12 faixas e vai na contramão da lógica atual da indústria, que cobra cada vez mais lançamentos rápidos e voltados para o viral. Contratada da Warner Music Brasil, Grag Queen levou um tempo, mas conquistou a confiança do selo para lançar um trabalho elaborado e pensado com calma.
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“No começo da minha carreira, foi muito assim. Eu ganhei um programa de canto e logo [disseram] que, já que eu sabia cantar, tinha que lançar música e fazer o que estava rolando no País. Daí eu, uma bicha lá do Sul, comecei a cantar funk melody, funk isso e aquilo, um monte de gêneros para tentar hitar e não sair das mídias”, contou.
“Fazer o álbum foi realmente ver a minha obra, ver a minha carreira, sabe? Entender as facetas do eu artista. Pensar: ‘Pô, esbarrei ali e deu muito certo, esbarrei lá e deu muito errado’. Focar no álbum me deu esse norte do que eu queria fazer, do que eu queria protagonizar. Foi um processo muito rico para mim”, afirmou em entrevista ao Terra.
O álbum também foi a oportunidade da artista se experimentar em outros ritmos sem a pressão pelo sucesso imediato. "Trabalhei com muitos produtores porque eu queria explorar. Trabalhei com gente que trabalha com instrumentos sintéticos, com violão, compositores que entraram na minha onda. Foi tudo sobre estar aberta ao universo e entender o que iria acontecer."
"Também me libertei de um estereótipo. Antes a gente fazia coisas que as pessoas diziam: ‘Isso é muito complexo, porque no Brasil tem que ser simples’. Eu não acho que a música brasileira esteja caminhando por um caminho simples. Não concordar também é fazer parte dessa revolução. Colocar meu álbum na rua é, para mim, um grande ato de revolução, botando algo que eu acho muito fod* como música brasileira”.
'Álbum revisita vivências e dores'
Se Cósmica remete ao ponto de partida, ao longo das 12 faixas Grag revisita muito do que viveu após vencer a competição internacional: a fama repentina, as mudanças provocadas pelo dinheiro, amizades interesseiras, amores e desilusões.
“Foi a partir disso que eu comecei a amadurecer de verdade. Passei por uma série de atravessamentos cósmicos — no universo mental, emocional e até no do futuro. Mas, em suma, o álbum fala sobre as histórias que aconteceram comigo: morar em São Paulo, me envolver com gente interesseira, gente que não é do bem, e sobre meu jeito de lidar e sair dessas situações. É um álbum bem narrativo”.
Após colocar o disco nas plataformas, Grag Queen deu início à Turnê Cósmica, com datas confirmadas no Brasil e no exterior. A artista deve encerrar a jornada em junho de 2026, na Drag Con Brasil, projeto criado por RuPaul Charles, que reunirá drags do mundo todo em solo brasileiro.
"A Drag Con está a mil, acho que será meu último show da turnê e é um dos mais adiantados para acontecer. Os produtores [americanos] estão muito animados com tudo. E preciso frisar, eles amam o fato de o evento vir para o Brasil e estão planejando muitas coisas bacanas. Drag tem sempre que deixar todo mundo ‘gag’, o tempo inteiro, então eles sabem manter a peteca lá em cima", disse.
Faixas do álbum Cósmica:
- Fantoches
- Sideral
- Canceriana
- Acendo um Cigarro
- Longe de Mim
- Psicodelicia — feat. Tali
- Mau Contato — feat. Agnes Nunes
- Vontade Zero
- Anzol
- Tô Mal — feat. Tasha & Tracie
- Prata
- Aventura Cósmica
