Giovana Cordeiro revela abuso sexual e ginecologista alerta: 'O corpo responde ao trauma'

Giovana Cordeiro revela abuso sexual aos 18 anos e reflete sobre como o episódio afetou sua vida até os dias de hoje; veja detalhes

2 jul 2025 - 13h04

NOTA: O texto abaixo fala sobre abuso sexual e os efeitos traumáticos sofridos pelas vítimas. Se você está sendo alvo de uma atitude criminosa deste gênero ou conhece alguém que está em perigo, LIGUE 180 e DENUNCIE!

Giovana Cordeiro revela abuso sexual aos 18 anos e reflete sobre como o episódio afetou sua vida até os dias de hoje; veja detalhes
Giovana Cordeiro revela abuso sexual aos 18 anos e reflete sobre como o episódio afetou sua vida até os dias de hoje; veja detalhes
Foto: Mais Novela

A atriz Giovanna Cordeiro precisou reunir coragem e força para compartilhar um trauma doloroso que viveu ao final da adolescência. Em entrevista ao jornal O Globo, a artista revelou que foi vítima de um abuso sexual aos 18 anos e que o episódio a afeta até os dias de hoje. Segundo ela, um homem conhecido a ofereceu carona e Giovanna aceitou por confiar no indivíduo.

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"Fiquei muito assustada, tive medo de ser agredida em um lugar que não fazia ideia de onde era. Decidi ficar por achar que fosse mais seguro e logo me deitei pra dormir. Mas ele não me deixava cair no sono e fez sexo comigo sem o meu consentimento", revelou ela, que havia cochilado no carro antes de chegar a garagem da casa em que o homem vivia.

Cinco anos depois, ela desenvolveu uma infecção recorrente como forma de somatizar a culpa que sentia. "Era como seu o meu corpo quisesse me punir ou me alertar para uma necessidade de cura de uma culpa que eu não tinha", disse. Vale lembrar que muitas mulheres - influenciadas pela opinião sexista da sociedade - se responsabilizam psicologicamente pelo abuso. Mas fica o alerta: se você passou por uma situação semelhante, não se cale! 

Efeitos físicos

Segundo a ginecologista Patrícia Magier, é comum que vítimas de abusos sexuais apresentem sintomas físicos de estresse por anos: "Infelizmente é pouco falado, porque o corpo da mulher responde ao trauma. Sofrer um abuso gera um trauma emocional de uma forma muito significativa. Depois de episódios como esse, o organismo entra em estado de estresse contínuo, baixa a imunidade, desregulando o sistema imune".

Por isso, muitas mulheres acabam desenvolvendo candidíase de repetição: "A cândida, que é oportunista, se torna recorrente nesses casos. Não é apenas um problema local, é muito mais complexo, porque é o reflexo de uma queda de imunidade, e é um sinal de que o corpo está dizendo socorro. Às vezes, depois de muito tempo, depois do que sofreu esse abuso, você começa a ter a manifestação desses sintomas de forma mais clara".

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Causas psicológicas geram problemas físicos

Magier pontua que eventos traumáticos influenciam 100% na saúde feminina: "A questão emocional interfere diretamente, especialmente quando tem um trauma, que pode afetar diretamente a imunidade local da vagina, mudando o pH, desequilibrando a flora, abre espaço para infecções como cândida, vaginose, que é um desvio da flora vaginal. Então, mesmo sem ter vida sexual ativa, ela pode desenvolver esses quadros. Então, não é frescura, é o corpo tentando processar algo que não foi conseguido resolver emocionalmente. A questão emocional, abalando demais a saúde vaginal".

Tratamento

Casos como o de Giovana exigem uma equipe multidisciplinar para tratar a raiz do problema e também as consequências. Magier explica que a atuação de um psicólogo é crucial nesses quadros para reequilibrar a saúde mental da paciente. "É importante a gente acolher essa mulher e esses sintomas persistentes, a gente tem que dar a mão para essa paciente, tem que acompanha-la", disse.

"Na parte física, tratar a infecção, reequilibrar a microbiota vaginal, corrigir alterações hormonais e não é parando por aí. Então, tem que tratar esse emocional, esse processo", explicou.

A ginecologista indica que a paciente procure o maior número de profissionais possível para ter um tratamento de ponta: "Muitas vezes, precisamos fazer um quadro de fisioterapia pélvica, porque o trauma gera até uma defesa do próprio organismo, especialmente nessa região. Eu sempre incentivo terapia integrativa, tratar psicoterapia, acupuntura, alguma meditação, para fazer com que ela também aceite o corpo dela, de uma forma que o trauma gerou um certo repulso, uma certa rejeição em relação ao próprio corpo dela".

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