Debora Bloch, intérprete da nova Odete Roitman no remake de "Vale Tudo", declarou que "mataria a vilã" por suas atrocidades, mas destacou a complexidade e o humor da personagem, que traz reflexões sobre poder e questões de gênero.
Ao contrário da vilã vivida por Beatriz Segall, em 1988, a Odete Roitman interpretada por Debora Bloch no remake de Vale Tudo, que está no ar pela Rede Globo, caiu no gosto do público. Com comentários ácidos e sensualidade, Odete é uma personagem central na trama.
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Na versão original, o grande mistério da novela gira em torno do assassinato da vilã, que cultiva várias inimizades na trama. Em entrevista à Folha de S. Paulo, a atriz de 62 anos revelou que mataria Odete Roitman e que não "passa pano" para as atrocidades cometidas pela personagem.
"Odete representa um tipo de pensamento terrível. Não passo pano, ela tem de ser punida. É divertida, mas só porque se trata de um personagem. A ficção cria um ambiente protegido para as pessoas se identificarem com suas sombras", disse.
A atriz contou que, por ser uma das integrantes do elenco com mais cenas a gravar, ela vai aos estúdios seis dias por semana e decora o texto aos domingos. Segundo ela, a autora do remake, Manuela Dias, é a responsável pela vilã ter ganhado o carinho dos telespectadores.
"Fiquei noites sem dormir, não tinha certeza de como faria. Mas sabia que queria humor. Isso gera fascínio nas pessoas. Odete inverte os papéis. O fato de ela comprar seus parceiros é simbólico", afirmou.
Apesar das maldades de Odete, o texto da personagem também traz muitas reflexões sobre as atitudes da sociedade com uma mulher de 60 anos que comanda uma empresa. Entre as frases que ficaram mais famosas da personagem está a "não faço nada que os homens não fizeram com as mulheres por séculos".
"Manuela Dias coloca na boca de Odete o que muitas mulheres gostariam de dizer. Recebi mensagens de mulheres delirando com essa frase, se identificando", concluiu a atriz.