Dois manuscritos do compositor italiano Giuseppe Verdi (1813-1901), possivelmente roubados de sua residência na Villa Sant'Agata, na região de Emilia-Romagna, foram devolvidos ao Arquivo Estadual de Parma pelas autoridades italianas, após uma investigação que durou anos.
Os documentos, relacionados à famosa ópera Aida, reapareceram em um leilão em Milão em 2018 e foram identificados pela Superintendência de Arquivos da Emilia-Romagna.
Entre eles está um manuscrito de três páginas contendo inúmeras correções feitas pelo próprio Verdi, além de um rascunho de uma carta escrita em 1861 ao seu amigo Giovanni Minghelli Vaini.
Os manuscritos fazem parte do Arquivo Carrara-Verdi, declarado de significativo interesse histórico em 1964, que inclui cartas, partituras e esboços do "maestro". Originalmente guardados na Villa Verdi, em Sant'Agata di Villanova d'Arda (Piacenza), eles foram posteriormente transferidos para Parma.
As investigações da Procuradoria de Milão, com o apoio da Unidade de Proteção do Patrimônio Cultural de Bolonha, levaram à recuperação dos documentos, incluindo a carta localizada em posse de uma associação cultural da província de Parma, que a havia adquirido de boa-fé e cooperou integralmente com os investigadores.
"A colaboração entre várias instituições estatais para trazer estes preciosos documentos de volta para casa é uma conquista notável; são manuscritos únicos", explica Marcello Carraffa, comandante da Unidade de Tutela de Patrimônio Cultural (TPC) em Bolonha.
As comparações com imagens de arquivo impressas em microfilme no final da década de 1970 foram cruciais para determinar a autenticidade dos três manuscritos.
"Encontrar o que o maestro escreveu de próprio punho há tantos anos, como as palavras 'Aida' ou a sua assinatura, foi emocionante", concluiu o italiano.
A investigação resultou na denúncia de duas pessoas por receptação de bens culturais roubados.