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Na Colômbia, os mortos viram múmias e ninguém sabe o motivo

Em San Bernardo, quase todas as pessoas enterradas em jazigos acabam naturalmente mumificadas — fenômeno segue inexplicado, mas pode ser culpa da temperatura

30 abr 2024 - 14h51
(atualizado às 17h18)

Na cidade colombiana de San Bernardo, um mistério ocupa as mentes dos moradores e cientistas — é a mumificação espontânea dos corpos enterrados no cemitério local, e que ninguém consegue explicar. 

Foto: twenty20photos/envato / Canaltech

A cidade andina, que fica a cerca de 100 km da capital Bogotá, vem apresentando o fenômeno desde 1963, quando os primeiros jazigos do cemitério foram abertos. No início, pensava-se que seriam apenas alguns casos, mas as múmias não pararam de surgir: desde a década de 1980, são cerca de 50 por ano.

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O fenômeno ficou tão comum que foi criado um museu para as múmias espontâneas, abrigado no mausoléu Jose Arquimedes Castro, no cemitério de San Bernardo. Embora não tenha sido encontrada uma explicação, há algumas teorias.

O que gera as múmias naturais?

As primeiras teorias da população local para a preservação natural dos corpos são mais metafísicas, com alguns acreditando que a mumificação seja uma recompensa divina por uma vida bem vivida e outros acreditando ser uma punição. 

Outra hipótese mais "pé-no-chão" diz que o fenômeno seria um resultado da dieta saudável e estilo de vida agrário no clima temperado, mas uma múmia de um nativo que passou quase toda a vida em uma cidade maior e voltou para ser enterrado em San Bernardo desmente isso.

Idade, gênero e biotipo também não parecem fazer muita diferença, já que as mais variadas pessoas são mumificadas, e não há uma região específica do cemitério que gere mais múmias.

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A hipótese que os cientistas mais avaliam como sendo provável é a do papel dos jazigos — as primeiras múmias só surgiram após a construção do cemitério e das sepulturas. Antes dos anos 1960, havia apenas dois locais de enterro subterrâneos e nenhum caso de mumificação reportado.

O clima de San Bernardo é úmido, o que deveria acelerar a decomposição, mas, como o cemitério foi construído em uma encosta montanhosa íngreme, o vento quente do clima temperado pode acabar agindo como um forno, segundo a antropóloga Daniela Betancourt, da Universidade Nacional da Colômbia, contou à AFP. A hipótese é que isso desidrataria os corpos e geraria o fenômeno.

As autoridades precisam de permissão da família para que os corpos mumificados sejam exibidos no museu local, e muitos acabam preferindo cremar os entes queridos já falecidos. 

Fonte: Science Alert via AFP

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