A concepção popular da Idade Média, alimentada por séculos de literatura e cinema, sugere que pessoas com Síndrome de Down (Trissomia do Cromossomo 21) teriam sido submetidas à crueldade, abandono ou ridicularização. No entanto, uma análise sob perspectivas arqueológicas, teológicas e jurídicas revela um panorama surpreendentemente diferente e complexo.
O registro histórico sobre a condição é limitado (a causa genética só foi explicada pela ciência em 1959), mas a abordagem do período medieval estava longe de ser um cenário de abandono. Fenômenos como a teologia das "almas abençoadas" e a legislação do Fatuus Naturalis oferecem uma resposta muito mais matizada sobre como era a vida dessas pessoas entre os séculos V e XV.
Crianças abençoadas e sepultamentos de honra
A primeira evidência que desafia a ideia de rejeição vem da arqueologia. A análise de túmulos medievais e pós-medievais na Europa, separados por séculos, mostra que os indivíduos com Síndrome de Down recebiam sepultamentos completamente normais, seguindo os padrões da época.
O cuidado demonstrado nos ritos funerários reflete uma continuidade histórica de integração e carinho por parte de suas famílias e comunidades.
A teologia reforçava essa aceitação:
- "Les enfants du Bon Dieu": pessoas com deficiência intelectual eram reconhecidas como "os filhos de Deus" ou almas abençoadas.
- Inocência: acreditava-se que elas eram puras e, devido à sua falta de plena compreensão, estavam protegidas de qualquer pecado.
- Conforto ...
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