Jato de matéria tem 2 trilhões de vezes mais energia que o Sol
28 nov2012 - 09h23
Astrônomos descobriram um jato de matéria disparado por um quasar com o equivalente a 2 trilhões de vezes a energia liberada pelo Sol. Essa erupção espacial, a mais poderosa já observada, teve cinco vezes mais energia do que qualquer outra observada. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês).
Os quasares são centros de galáxias distantes muito luminosos e alimentados por enormes buracos negros. Os astrônomos utilizaram o telescópio VLT, do ESO, para observar um desses objetos, chamado de SDSS J1106+1939. Apesar de serem conhecidos por absorver material, os buracos negros também aceleram alguma matéria ao redor deles e as ejeta depois a altas velocidades.
"Descobrimos o jato de quasar mais energético conhecido até hoje. A taxa à qual a energia é dissipada por esta enorme massa de material ejetado a altas velocidades pelo SDSS J1106+1939 é, pelo menos, equivalente a 2 trilhões de vezes a energia liberada pelo Sol. Isto é cerca de 100 vezes mais do que a energia total liberada pela galáxia da Via Láctea - é, de fato, um jato monstruoso", diz o chefe da equipe Nahum Arav, do Instituto Politécnico da Virgínia (Virginia Tech, EUA). "Esta é a primeira vez que um jato de quasar mostra ter as altas energias previstas pela teoria."
Simulações teóricas indicam que esses jatos podem resolver vários enigmas cosmológicos: como a massa de uma galáxia é afetada pelo buraco negro central, porque existem tão poucas galáxias muito grandes no universo, entre outros.
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Uma equipe internacional de astrônomos criou um catálogo de mais de 84 milhões de estrelas situadas nas partes centrais da Via Láctea. Esta base de dados contém dez vezes mais estrelas que estudos anteriores. A imagem acima foi obtida com o telescópio de rastreio Vista, instalado no Observatório do Paranal do ESO, no Chile, e tem 108,2 mil por 81,5 mil pixels, num total de quase 9 bilhões de pixels. Ela foi criada ao combinar milhares de imagens individuais do telescópio
Foto: ESO/VVV Consortium
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A maioria das galáxias espirais, incluindo a Via Láctea, possui uma grande concentração de estrelas velhas que rodeiam o centro, zona a que os astrônomos chamam de bojo
Foto: ESO/Nick Risinger
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Esta imagem compara o mosaico infravermelho obtido pelo Vista com um mosaico visível da mesma região obtido com um telescópio pequeno. Como o Vista tem uma câmera sensível à radiação infravermelha, consegue ver através da maior parte da poeira que obscurece a visão, fornecendo uma vista desimpedida das estrelas que se situam nas regiões centrais da Via Láctea
Foto: ESO/Nick Risinger
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Esta visão em infravermelho mostra diversas nebulosas e aglomerados. Na imagem, podem ser vistas a Messier 8 (conhecida como a Nebulosa da Lagoa), a Messier 20 (a Nebulosa Trífida), NGC 6357 (Nebulosa Guerra e Paz) e NGC 6334 (Pata de Gato). Os demais objetos marcados são aglomerados globulares