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Acidente de Alcântara: relembre o acidente que freou o programa espacial brasileiro

Explosão no Centro de Lançamento de Alcântara (MA) deixou 21 mortos e marcou a história aeroespacial do Brasil

19 dez 2025 - 04h59
Resumo
A explosão do foguete VLS-1 V03 no Centro de Lançamento de Alcântara, em 2003, causou a morte de 21 técnicos, freou o programa espacial brasileiro e gerou prejuízo de R$ 36 milhões.
Plataforma de lançamento no Centro de Lançamento de Alcântara (MA) após incêndio
Plataforma de lançamento no Centro de Lançamento de Alcântara (MA) após incêndio
Foto: Reprodução/Agência Brasil

O primeiro voo comercial de foguete no Brasil deve acontecer na tarde desta sexta-feira, 19, após ter o lançamento adiado no começo da semana. A empresa coreana Innospace mudou o dia do lançamento para garantir tempo suficiente para a “substituição de componentes após a detecção de uma anomalia no dispositivo de resfriamento do sistema de suprimento de oxidante do primeiro estágio durante o procedimento de inspeção final”.

A ida do Hanbit-Nano ao espaço representaria uma retomada do programa espacial brasileiro, que ainda vive à margem do acidente no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, no dia 22 de agosto de 2003, quando um processo de combustão acidental destruiu o foguete brasileiro VLS-1 V03, vitimando 21 técnicos civis que integravam o programa espacial brasileiro, naquele momento.

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A Operação São Luís, como a missão foi nomeada, tinha como objetivo colocar o microssatélite meteorológico Satec, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e o nanossatélite, UNOSAT, da Universidade do Norte do Paraná (UENP) em órbita circular equatorial, a 750 km de altitude.

Em entrevista à Rádio Senado, o ex-astronauta e hoje senador, Marcos Pontes (PL-SP), lamentou o episódio em questão: “Ainda não era nem no lançamento [previsto para 25 de agosto de 2003], ali era a preparação do veículo lançador de satélite dentro do prédio de montagem e eu perdi vinte e um amigos naquilo”, contou. “A gente precisa aprender com os acidentes. Então aquele acidente eu tenho certeza que ele ensinou muita coisa para o próprio instituto.”

A causa, segundo relatório do Comando da Aeronáutica divulgado em 2004, foi atribuída a um “acionamento intempestivo”, a partir de uma engrenagem que ligava o motor do foguete. Também consta que “falhas latentes” e “degradação das condições de trabalho” corroboraram para a explosão.

O incêndio de Alcântara gerou prejuízo avaliado à época em R$ 36 milhões. Quanto aos mortos, conforme reportado pela Revista Pesquisa Fapesp, “11 tinham formação superior e 10 eram técnicos de nível médio, com 20 a 51 anos de idade.”

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No site Memorial da Democracia, museu virtual mantido pelo Instituto Lula e Fundação Perseu Abramo, consta que as vítimas foram sepultadas com honras militares e que as respectivas famílias foram indenizadas com o valor de R$ 100 mil, além de pensão mensal proporcional ao salário recebido.

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Fonte: Portal Terra
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