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Artistas periféricos de Salvador criam HQ sobre culto aos mortos, os eguns

Cerimônia é rara nos rituais afro e acontece em poucos locais, como a Ilha de Itaparica, na Baía de Todos os Santos

17 jun 2025 - 08h04
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Resumo
Culto a Baba Egun ganha versão inédita em quadrinhos e conta a história de um jovem negro que descobriu sua relação com os antepassados após sobreviver a uma batida policial. Roteirista e desenhista fizeram imersão em terreiros e vivenciaram o culto.
Página de Sob o Signo Ancestral, ambientado na Ilha de Itaparica, na Bahia. Maurício, jovem negro, é o protagonista da trama.
Página de Sob o Signo Ancestral, ambientado na Ilha de Itaparica, na Bahia. Maurício, jovem negro, é o protagonista da trama.
Foto: Reprodução

Dois crias das periferias de Salvador estão publicando Sob o Signo Ancestral, história em quadrinhos retratando um culto raro da religiosidade afro, a cerimônia de Baba Egun – celebra o espírito dos antepassados, não os orixás. Acontece em poucos locais, como a Ilha de Itaparica, lendária pela preservação deste tipo específico de cerimônia.

Daniel Cesart, ilustrador e quadrinista, cria da Lapinha, e Lucas Ribeiro, da Caixa d´Água, quebradas de Salvador, desenvolveram o trabalho em um ano. Visitaram terreiros, falaram com moradores e, principalmente, participaram do culto a Baba Egun na Ilha de Itaparica, na Baía de Todos os Santos.

“Visitamos várias famílias, metade do trabalho é a pesquisa, gosto de desenhar com fidelidade”, explica Cesart, o desenhista. Seu roteirista, que passou a escrever quando ingressou no ensino superior, diz que “trabalhar com arte era muito distante da minha realidade”. Agora ele conhece o poder da ferramenta e atua profissionalmente.

Daniel Cesart, ilustrador e quadrinista, cria da Lapinha, em Salvador. O artista gosta de desenhar com “fidelidade”.
Daniel Cesart, ilustrador e quadrinista, cria da Lapinha, em Salvador. O artista gosta de desenhar com “fidelidade”.
Foto: Divulgação

A resistência é um caminho sem volta

A narrativa acompanha o jovem negro Maurício, que após sobreviver a uma violenta operação policial no bairro, descobre a conexão com o sagrado culto ao Baba Egun. Sendo o único sobrevivente, o protagonista tenta um recomeço em Itaparica.

A dupla de artistas fala em resistência como grande motivo da obra sobre o culto ancestral. “Sua perpetuação é um dever coletivo diante da intolerância religiosa”, diz o roteirista.

Para o desenhista Daniel Cesart, vencedor do 36º Troféu HQMIX, “fazer quadrinhos, fora do eixo Sul e Sudeste é um ato de resistência. Como a ancestralidade, nós existimos, resistimos e insistimos”.

Serviço

Lançamento HQ Sob o Signo Ancestral.

17 de junho (terça), 18h30.

Goethe-Institut, Salvador, Espaço KreativLab.

Gratuito.

Fonte: Visão do Corre
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