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Entenda o significado de “Jack”, que Marçal usou contra Datena

Antes de dar uma cadeirada no adversário, candidato a prefeito ouviu gíria ofensiva, que tem origem nas cadeias

16 set 2024 - 10h22
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Resumo
“Jack” é alguém odiado nas prisões brasileiras, pelo tipo de crime cometido. A palavra tem origem em personagem real, um assassino em série que atuou em Londres no final do século 19. Ele matava mulheres e retirava suas tripas.
No início do debate da TV Cultura, José Luiz Datena foi chamado de "Jack" por Pablo Marçal.
No início do debate da TV Cultura, José Luiz Datena foi chamado de "Jack" por Pablo Marçal.
Foto: Renato Pizzutto/Band

“Até Jack, tem quem passa um pano”, cantam Racionais MCs.

A gíria “Jack” aparece em músicas, está na boca dos manos, sobretudo nas cadeias, e chegou à política, no debate da TV Cultura para prefeitura de São Paulo.

Antes de tomar uma cadeirada, Pablo Marçal (PRTB) chamou José Luiz Datena (PSDB) de “Jack”.

A palavra, um nome próprio, com maiúscula, virou sinônimo de “estuprador” por causa de Jack, o Estripador, que cometeu assassinatos em série na Londres do século 19.

Estripar é retirar as tripas. O assassino inglês, nunca descoberto, costumava matar mulheres e retirar as vísceras. Ele as estripava.

Estuprar é diferente, significa cometer um crime sexual. Mas estuprar passou a ser confundido com estripar e, sobretudo nas cadeias, Jack é estuprador, tipo odiado e geralmente excluído do convívio com outros presos.

Datena, que ficou famoso mostrando crimes, sabe muito bem o significado de “Jack”. Quando deu a cadeirada, que poderia ter sido fatal, provavelmente estava fermentando um ódio mortal desde o começo do debate.

A explicação é incompleta se deixarmos de notar o seguinte: trocar “estripador” por “estuprador” não é necessariamente um erro, uma evidência de analfabetismo. A língua se transforma socialmente, nos seus criativos e inevitáveis usos.

O destino de palavras “erradas” é serem incorporadas pelo vocabulário mais amplo, como pode acontecer com “Jack”.

Se bem que a imagem da cadeirada voando ofusca qualquer discussão linguística.

Fonte: Visão do Corre
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