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Botafogo no Mundial: 7 motivos para conhecer um clássico sobre Garrincha

É um dever cívico ler a biografia escrita por Ruy Castro, atraente até para quem não costuma ler, botafoguense ou não

15 jun 2025 - 21h33
(atualizado em 16/6/2025 às 13h30)
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Resumo
Vida do craque do Botafogo é um espelho das vitórias improváveis e obstáculos insuperáveis para quem veio da miséria. Com o Botafogo disputando o Mundial de Clubes, quem ama futebol tem um incentivo a mais para conhecer melhor a vida do bicampeão mundial.
É um dever patriótico ler a biografia de Garrincha, o herói da camisa 7 do Botafogo, campeão brasileiro e da Libertadores de 2024.
É um dever patriótico ler a biografia de Garrincha, o herói da camisa 7 do Botafogo, campeão brasileiro e da Libertadores de 2024.
Foto:

Por ordem de prioridade: botafoguenses — favelados ou não —, brasileiros (mesmo os que não gostam de futebol) e, quem sabe, eventuais extraterrestres devem ler a biografia de Garrincha, escrita por Ruy Castro.

Garrincha viveu uma vida de glórias e quedas em intensidade incomum. Ao ler Estrela Solitária – Um Brasileiro Chamado Garrincha, entendemos em profundidade como e por que um dos nossos maiores ídolos é, de fato, “vida loka”.

Listamos sete motivos para ler a biografia — número escolhido em respeito ao algarismo altamente cabalístico que Garrincha eternizou no Botafogo. Existem mais motivos, muitos mais, à torto e direito — mais à torto, naturalmente.

Descendente de indígenas

Garrincha descende de fulniôs, que viviam desde o século 18 em uma reserva em Águas Belas, Pernambuco, perto de Alagoas. Um dos últimos grupos indígenas da região, espalharam-se por locais como a Serra da Barriga, onde havia existido, um século antes, o Quilombo de Palmares. Garrincha é descendente da diáspora indígena e da aventura do povo brasileiro.

Paupérrimos

Os avós e pais de Garrincha viveram na passagem do século 19 para o 20. São do agreste alagoano. “Eram apenas brasileiros de pele escura, num tempo e lugar ásperos – e, como tal, candidatos ao analfabetismo, à rudeza e ao atraso. O Brasil não os desapontou”, escreve o biógrafo Ruy Castro.

Nomes de quebradas são desconcertantes

O primeiro nome de Garrincha, Manuel, foi dado em homenagem ao tio que veio tentar a vida no Rio de Janeiro, se deu bem, enricou e trouxe a família. Garrincha nasceu perto de Magé, numa localidade cujo nome provoca conotações sexuais. Na biografia se descobre que não há relação com obscenidade, mas com a natureza exuberante.

Alcoolismo como problema da periferia

Amaro, pai de Garrincha, alcóolatra, morreu de cirrose. Todos os tios tinham a doença, exceto um. O alcoolismo é problema sério nas periferias, onde droga ainda é somente sinônimo de maconha, cocaína e craque. Mas a real é que nas quebradas o álcool é a mais barata entre as drogas mais potentes, destruindo pessoas e famílias. Não aprendemos a lição que Guarrincha nos deu com dor e de graça.

Improviso

Saída estratégica pela direita, improviso, soluções inusitadas, desviantes da norma, constituem a estética da periferia: pense na arquitetura das favelas, o quanto é improvável tudo aquilo estar em pé, funcionando. A biografia de Garrincha é uma aula sobre estética de quebrada. Neste quesito, os seus dribles, dentro e fora de campo, têm valor sociológico, meu truta.

Despreparo para o sucesso

O despreparo para o sucesso foi trágico para inúmeros jogadores e outros astros e estrelas da periferia. A leitura da biografia de Garrincha vai nos deixando constrangidos a ponto de percebermos que faltou ao craque as soluções que o improviso não resolve. Hoje já se fala, mas ainda timidamente, que problemas psicológicos afetam a periferia, que o alcoolismo é uma doença, que abandonar a família é quase sempre a recorrência de um padrão familiar, etc.

A capa diz muito

Se um livro conquista pela capa, é o caso da biografia escrita por Ruy Castro. A foto da capa é dolorosa. O fotógrafo Jorge Butsuem captou em luz perfeita, de penumbra, Garrincha sentado no braço de uma cadeira, meio torto. Só de bermuda, é a imagem perfeita do corpo atarracado e de todos os seus demônios. Lembra Adriano de shortão na Vila Cruzeiro.

Fonte: Visão do Corre
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