Reduto de Marx e Hepburn é bairro mais artístico de Bruxelas
No sul da calma Bruxelas, um jovem caldeirão multiétnico fervilha. Tradicional reduto de artistas, Ixelles abriga hoje restaurantes, lojas da moda, estudantes e comunidades imigrantes de diversos países.
» Chat: tecle sobre o assunto
O bairro já inspirou muito de seus moradores. Lá nasceu, por exemplo, a atriz Audrey Hepburn, imortalizada pelo filme Bonequinha de Luxo, no número 48 da rua Keyenveld. O filósofo Karl Marx viveu com mulher e filhos por quase dois anos no número 50 da Jean d'Ardenne. Durante seis anos, o escultor Auguste Rodin passou por diversos endereços em Ixelles, tendo dedicado até um de seus trabalhos ao bairro.
Prepare a carteira: Bruxelas já não é barata, e em Ixelles é ainda maior a tentação de gastar dinheiro. Para quem gosta de luxo, o melhor destino é a Avenue Louise. Os mais interessados em cultura também não terão do que reclamar, já que sebos e lojas independentes de discos estão distribuídos por toda a vizinhança.
Mas a arte aqui não está disponível só para quem está disposto a colocar a mão no bolso. Passear pelas ruas é como visitar um museu a céu aberto dedicado à art nouveau. Ixelles - Elsene, em holandês - é um dos berços do movimento artístico que durou do fim do século 19 às primeiras décadas do século 20.
Um de seus maiores expoentes, o arquiteto Victor Horta, deixou grandes mostras de seu trabalho aqui. Em outras palavras, poderíamos dizer que Victor Horta está para Bruxelas assim como Antoni Gaudí está para Barcelona. Entre seus edifícios famosos está o Hôtel Tassel (nº 6, Rue Paul-Emile Janson), considerado o primeiro edifício genuinamente em art nouveau. Por fora, os leigos notarão poucas diferenças em relação aos edifícios vizinhos. Dentro, no entanto, o Tassel mistura ferro a mosaicos, vitrais e carpintaria, dando especial atenção à luminosidade.
Para conhecer por dentro a Hôtel Tassel, é preciso agendar uma visita. A Oficina de Pesquisa e Ações Urbanas (www.arau.org) organiza tours que incluem esse e outros exemplares de art nouveau, não só assinados por Horta, mas também pelo conterrâneo Paul Hankar.
