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Turismo

1ª praia do Brasil fica na Bahia

A Barra do Cahy é um desses destinos que já arrancava adjetivos em relatos de viagens [...]

23 dez 2025 - 08h48
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Muito antes da invasão daquelas terras paradisíacas por naus portuguesas, a atual região da Bahia já arrancava adjetivos em relatos de viagens de quem passava por ali.

Piscinas naturais na beira da praia, falésias imponentes que se erguem diante do mar e uma sequência de outros cenários que, até hoje, só podem ser vistos a pé ou de bicicleta.

E a Barra do Cahy é um desses destinos.

Vista aérea da Barra do Cahy, no sul da Bahia
Vista aérea da Barra do Cahy, no sul da Bahia
Foto: Divulgação / Viagem em Pauta

Bahia

Localizada no litoral norte do município de Prado, no extremo sul da Bahia, a Barra do Cahy parece do mesmo jeito da época em que europeus avistaram terras do lado de cá do Atlântico, no dia 22 de abril de 1500, cujas descrições faziam referência a praias desertas e extensas faixas de areia virgens.

"Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome - o Monte Pascoal e à terra - a Terra da Vera Cruz".

Essa é a descrição na carta histórica de Pero Vaz de Caminha, escrivão da armada de Pedro Alvares Cabral, quem registrou a chegada às novas terras.

Mas sabe aquela história de que o Brasil português começou em Porto Seguro? Bem, não foi exatamente assim.

De acordo com historiadores, de nenhum outro lugar da região o Monte Pascoal poderia ser avistado, exceto na Barra do Cahy, a 18 km de Cumuruxatiba, aproximadamente. Assim, anos mais tarde, a tese de que o Brasil português teria começado em Porto Seguro cairia por terra.

Quadro de Oscar Pereira da Silva (Reprodução)
Quadro de Oscar Pereira da Silva (Reprodução)
Foto: Viagem em Pauta

No encontro do mar com rio, na Barra do Cahy, é possível fazer passeios de barco nos corredores estreitos do rio Caí, passando pelo mangue e por pequenas florestas. Do mar, ainda dá para ver o histórico Monte Pascoal, o primeiro pedaço de terra visto pelos navegadores portugueses e descrito na detalhada carta de Pero Vaz de Caminha.

Quando o Viagem em Pauta esteve no local, a única construção na Barra do Cahy, era o restaurante Glória, localizado em uma fazenda de frente para o mar, onde eram servidas generosas morangas com lagosta, camarão ou peixes.

Na maré baixa, não é raro ver banhistas que seguem a pé de Cumuruxatiba, a 12 km dali, e que retornam, no final da tarde, com o apoio de agências locais.

Cumuru, como o distrito é conhecido, também fica em Prado e pode ser visitado em passeios de barcos por mangues do Cahy, onde o mar se encontra com o rio Caí, e Corumbau, o último destino do município, ao lado de Caraíva, em Porto Seguro.

Como se orgulham alguns moradores da região, a sorte foi, justamente, não ter tido acesso asfaltado como destinos baianos vizinhos, como Trancoso e Arraial d'Ajuda.

Rio Caí, em Prado
Rio Caí, em Prado
Foto: Eduardo Vessoni / Viagem em Pauta

Não foi bem assim

Recentemente, um estudo publicado pela revista científica inglesa Journal of Navigation reacendeu o debate sobre o assunto.

Os pesquisadores e físicos Carlos Chesman e Cláudio Furtado (Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Federal da Paraíba) sugerem que o primeiro desembarque poderia ter ocorrido no Rio Grande do Norte e não na Bahia.

Para isso, foi analisada a carta de Pero Vaz de Caminha, cruzando dados históricos com ventos, correntes marítimas e rotas de navegação.

Foto: Viagem em Pauta

Expedições de campo identificaram formações geográficas no litoral potiguar, que se aproximam das descrições do documento, como Monte Serra Verde e o rio Punaú.

Já o historiador João Gualberto diz que o estudo levanta questões importantes, mas questiona os argumentos dos pesquisadores.

"Esse estudo carece da apresentação de fontes. Eles trabalham basicamente com a fonte da Carta de Caminha, o que não é suficiente. Hoje a gente sabe que aquilo que está na Carta de Caminha tem uma intencionalidade de convencer o rei; a literalidade não deve ser levada em consideração. Uma outra coisa é que os estudos sobre as navegações levam em consideração diários, passagens, além da cartografia de época", diz Gualberto.

* com informações da Agência Brasil

Viagem em Pauta
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