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Machu Picchu está em greve por tempo indeterminado

Manifestantes bloqueiam ferrovias e estradas em protesto contra o novo sistema de venda de ingressos para a cidade inca

30 jan 2024 - 16h58
(atualizado às 19h21)
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Desde o dia 25 de janeiro, moradores e operadores turísticos de Aguas Calientes (Machu Picchu Pueblo) se organizaram em uma paralisação por tempo indeterminado contra a venda de ingressos ao sítio arqueológico pela empresa peruana Joinnus. 

Futuro da greve depende de mesa de negociação com ministros da Cultura, do Turismo e do Meio Ambiente
Futuro da greve depende de mesa de negociação com ministros da Cultura, do Turismo e do Meio Ambiente
Foto: Eddie Kiszka/Unsplash / Viagem e Turismo

Na última semana, a comunidade local interrompeu a prestação de serviços , fechou lojas e bloqueou as vias férreas que fazem o transporte da cidade inca até Ollantaytambo , a 60 km de Cusco

O trem é a principal forma de deslocamento até Aguas Calientes , povoado onde os turistas embarcam em ônibus para chegar em Machu Picchu . Por causa da paralisação dos transportes, turistas estão sendo evacuados da cidade.

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Em comunicado oficial , a Embaixada do Brasil em Lima desaconselhou turistas brasileiros a tentarem acessar Machu Picchu por quaisquer vias até a resolução do conflito; leia o o comunicado na íntegra

Os brasileiros podem entrar em contato com a Embaixada pelo email consular.lima@itamaraty.gov.br e pelo telefone +51 985 039 263, em caso de emergências.

A Iperú, entidade peruana de assistência aos turistas, está fazendo atendimentos pelo Whatsapp, com o número +51 944 492 314, e organizando evacuações com as autoridades locais por um formulário. para acessá-lo .

A empresa Incarail, que opera trens para Machu Picchu, disponibilizou o telefone +51 084 501860 e o e-mail devoluciones@incarail.com para consultas, remarcações de viagens e devoluções de dinheiro. 

 

A empresa Joinnus começou a intermediar a venda de ingressos on-line para Machu Picchu e trilhas incas no dia 20 de janeiro. Para a comercialização presencial no Centro Cultural de Machu Picchu, em Aguas Calientes, podem ser reservados até 1000 ingressos por dia. 

Antes, o serviço era realizado em uma plataforma do Ministério da Cultura e administrado pela Direção Descentralizada de Cultura de Cusco. A pasta defende que a terceirização do sistema de vendas foi feita porque a plataforma governamental era vulnerável a fraudes. O órgão revelou que há um rombo de $ 7,5 milhões de soles (R$ 9, 76 milhões) na comercialização dos ingressos em 2023. 

O Coletivo Popular de Machu Picchu,   representante de funcionários e moradores da região, alega que a intermediação por uma empresa privada caracteriza a "privatização sistemática" do serviço e do patrimônio cultural. O pagamento à Joinnus de uma comissão de 3,9% sobre os ingressos vendidos também é criticado. 

A empresa peruana trabalha com a venda de ingressos e a promoção de eventos e turismo. Para o grupo de manifestantes, trata-se de um conflito de interesses, pois a base de dados virtuais a qual a Joinnus terá acesso como intermediadora poderá beneficiar seus próprios negócios. A suspensão do contrato foi apresentada como exigência para que a greve se encerre, assim como a renúncia da ministra da Cultura, Leslie Urteaga. 

Urteaga rechaça hipóteses de corrupção no processo e afirma que a empresa foi contratada por oferecer o menor preço entre outras que participaram da licitação. Além disso, a ministra rejeita a possibilidade de quebra do contrato com a Joinnus. A empresa, por sua vez, comunicou estar disposta a renunciar o recebimento da comissão por seis meses e também se disponibilizou para participar de um novo processo licitatório.

Nesta terça-feira (30), ocorre um dia de trégua da greve. A suspensão temporária é motivada por uma mesa de negociação que acontece hoje entre o Coletivo Popular de Machu Picchu e o governo de Cusco . Por 24 horas, as estradas de trem e o acesso às ruínas estão liberados.

Viagem e Turismo
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