Fuja dos neons das cidades no Japão em trilhas com pontes de cipó
Isolado entre montanhas da ilha japonesa de Shikoku, no departamento de Tokushima, o vale do Iya representa um mundo isolado dos arranha-céus e da paisagem neon dos grandes centros do Japão.
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Esse charme emana, em parte, das casas tradicionais, construídas com bambu e palha. Residências assim existem às centenas nos arredores do vale, mas uma delas - Chiiori - ganhou destaque. Em 1996, Chiiori apareceu em um livro que apresentou o vale do Iya para o mundo, o Lost Japan (Japão perdido, em tradução literal), do americano Alex Kerr. Desde então, consolidou-se como alvo de peregrinação turística, facilitada por sua localização na parte oeste do vale - a mais povoada e, por isso, porta de entrada dos visitantes.
Quem chega ao Iya é recebido por uma vegetação quase intocada, que cobre o vale e funciona como escudo à penetração da luz solar. Seu entorno é marcado pela presença do imponente monte Tsurugi e das trilhas que levam a seu topo, cujo percurso atravessa diversas pontes rústicas feitas com trepadeiras e cipós.
Além de natureza, o vale também é rico em história. Nos contos épicos, ele é apresentado como refúgio dos clãs derrotados nas grandes batalhas nipônicas pelo poder. O clã Heike, por exemplo, instalou-se no local no fim do século XII, após quase cem anos de luta contra os Minamoto. Ao que parece, o sossego agradou bastante aos Heike, já que, até hoje, é possível encontrar moradores ali que se dizem ser seus descendentes.