Síndrome do intestino irritável prejudica a gravidez?
Segundo informações do site americano
Wetpaint, a atriz americana Camille Grammer, ex-esposa do ator Kelsey Grammer, recorreu à "barriga de aluguel" para ter seus dois filhos, depois de ter sido desaconselhada a engravidar naturalmente. Camille apresenta um quadro de síndrome do intestino irritável e, embora não haja estudos sobre o impacto dessa condição na gravidez, sua história levanta a dúvida a respeito de uma eventual complicação advinda da doença.
"A síndrome do intestino ou do cólon irritável é um distúrbio funcional no qual a pessoa tem quadros de dor abdominal intercalados com períodos de intestino preso e outros de diarreia", explica Sérgio Pereira Gonçalves, especialista em reprodução humana e diretor médico da clínica Monteleone, de São Paulo.
A doença pode aparecer em qualquer idade e ainda não se sabe suas causas. "Aparentemente, é um distúrbio funcional relacionado ao quadro emocional e a fatores psicológicos da paciente. Em momentos de maior estresse, podem aparecer quadros de diarreia e dores abdominais", aponta.
Não existe cura definitiva para a síndrome. O controle deve ser feito por meio de acompanhamento médico e remédios.
Gravidez e fertilidade
Para Sérgio, o fato de a paciente ter a síndrome não é um motivo para evitar uma gestação. "Podemos imaginar um quadro grave, no qual a mulher apresenta quadros prolongados de diarreia, que podem levar a um problema de absorção de nutrientes e com isso prejudicar o desenvolvimento do feto", exemplifica. "É claro que a paciente deve acompanhar e manter esse quadro sob controle. Isso não é, de forma nenhuma, uma contraindicação a gravidez", completa.
A síndrome também não tem nenhuma relação com a infertilidade. "É possível uma paciente com um quadro mais global que tenha, por exemplo, ansiedade generalizada e, com isso, o intestino sofra alguma alteração. Ansiedade generalizada pode alterar o funcionamento dos hormônios e ela pode ter dificuldade para ovular. Mas nada ligado diretamente à síndrome", ilustra Sérgio.
Em quadros mais graves da síndrome, a paciente pode ter uma gravidez mais delicada e terá que ser feito um acompanhamento durante a gestação. De preferência, junto a um gastroenterologista. "Uma nutricionista também seria interessante para orientar o tipo de alimentação. Fazendo esse acompanhamento e se alimentando bem, a paciente poderá ter uma gravidez tranquila sem nenhum problema", tranquiliza o médico.