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Quando o vício entra em casa: como ajudar alguém que enfrenta a dependência química

O maior erro é achar que a dependência é uma questão de “falta de força de vontade”

29 jun 2025 - 06h34
(atualizado às 11h38)
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Resumo
A dependência química é uma doença que requer apoio especializado, compreensão e suporte contínuo, evitando controle excessivo, culpas e julgamentos, enquanto a família também deve cuidar de si mesma durante o processo.
Foto: Freepik

Mais de 3,5 milhões de pessoas no Brasil vivem em situação de dependência química, segundo dados da Fiocruz. Mas o impacto vai muito além do indivíduo: pais, filhos, parceiros e amigos acabam entrando juntos nessa batalha, muitas vezes sem saber por onde começar.

Não existe fórmula mágica. Mas existem caminhos mais seguros — e silenciosos — que vêm fazendo diferença na vida de muitas famílias.

O maior erro é achar que a dependência é uma questão de “falta de força de vontade”. Não é. A dependência química é uma doença, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde, que afeta o cérebro, o comportamento e o equilíbrio emocional.

O que fazer — e o que não fazer

1. Não tente controlar tudo – Forçar o dependente a parar, tirar substâncias à força ou vigiar cada passo pode piorar a situação. O foco deve estar no diálogo e na busca por ajuda especializada.

2. Busque orientação profissional logo no início – Quanto mais cedo houver apoio técnico, maior a chance de evitar agravamentos. Clínicas especializadas, grupos de apoio e centros de saúde mental oferecem suporte para a família também.

3. Evite discursos de culpa ou punição – Frases como “você está acabando com a família” só reforçam o sentimento de fracasso. A ideia é mostrar que há um caminho — e que ninguém precisa enfrentar isso sozinho.

4. Ofereça alternativas, não imposições – Apresentar opções reais de tratamento, locais com equipe preparada, ouvir os medos e estar presente durante o processo de decisão faz toda a diferença.

5. Cuide também de você – Famílias que lidam com a dependência muitas vezes adoecem junto. Terapia familiar, grupos como Nar-Anon ou apoio psicológico individual são fundamentais.

Quando é hora de pensar em internação?

Internação não deve ser vista como castigo — mas como uma chance de tratamento intensivo e seguro. Ela pode ser voluntária (com aceitação da pessoa) ou involuntária, em casos graves, com risco à própria vida ou de terceiros.

O mais importante é que a internação, quando necessária, seja feita com responsabilidade, em centros com estrutura e abordagem humanizada.

A importância do acompanhamento após o tratamento

“Muitas famílias acreditam que ao sair da clínica, o problema está resolvido. Na verdade, é aí que o cuidado precisa ser ainda maior. A recaída faz parte do processo em muitos casos, e o suporte contínuo, com acompanhamento profissional e apoio da família, pode ser decisivo para manter a recuperação”, diz Luiz Felipe Almeida Caram, médico e sócio da Clínica de Reabilitação em BH, Espaço Terapêutico Minas Gerais.

Ajudar alguém com dependência química é doloroso, muitas vezes confuso, mas não impossível. Informação, escuta e apoio real valem mais que qualquer julgamento. E cada pequena atitude — ouvir, acolher, encaminhar — pode ser o início de uma nova história.

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