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Pode tocar em vítima de raio? Saiba como o corpo reage ao acidente que pode ser fatal

Médico explica que corpo atingido não oferece riscos e pode reagir a descarga elétrica até mesmo horas depois do acidente

24 jan 2024 - 14h08
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Foto: iStock

A força fulminante dos raios, capaz de iluminar o céu em frações de segundo, pode ser letal para vítimas de um acidente com essas descargas elétricas atmosféricas. No último sábado (20), sete pessoas foram atingidas por um raio durante uma tempestade em Praia Grande, no litoral sul de São Paulo. Seis foram internados e uma idosa morreu.

De acordo com o Grupamento Marítimo dos Bombeiros, a vítima teve uma parada cardíaca. Nos vídeos divulgados, é possível ver que ela recebeu massagem cardiorrespiratória e foi reanimada ainda na praia. 

Mulher morre após ser atingida por queda de raio em Praia Grande, SP
Mulher morre após ser atingida por queda de raio em Praia Grande, SP
Foto: Divulgação/GBMar

Ao Terra, o neurocirurgião funcional Bruno Burjaili explica que, diferente do que se pensa o senso comum, a vítima de um raio pode sim ser tocada após o acidente e deve ser ajudada de imediato para que possa ser deslocada e ter um atendimento apropriado. 

“A pessoa após ter sofrido o acidente não vai estar ‘carregada eletricamente’, não vai ‘dar choque’ em quem prestar socorro. Não tem que ter medo de dar assistência, tem que colocar a vítima numa posição segura, garantir que ela não está exposta a novos acidentes ou outros danos e rapidamente chamar a assistência especializada”, ressalta.

O médico conta que existem vários mecanismos pelos quais o organismo pode ser danificado depois do acidente com raio. A própria eletricidade pode gerar parada cardiorespiratória, aberturas inapropriadas na membrana das células - permitindo passar de substâncias que não deveriam passar -, além de calor, porque a energia elétrica é transformada em energia térmica, o que acaba gerando dano ao tecido pelo cálculo solar.

“E como pode acontecer contratura rápida dos músculos e a pessoa ser jogada, pode acontecer uma atividade brusca dos músculos para a pessoa ser jogada a distância em relação a onde ela recebeu o choque. Isso pode provocar traumas e acidentes secundários devido a movimentos violentos do próprio corpo”, explica o profissional.

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Reações tardias

Uma das vítimas do acidente em Praia Grande, a adolescente Millena Monteiro, de 16 anos, precisou retornar para a emergência da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) após receber alta. Em entrevista ao G1, a mãe da jovem afirmou que a filha se queixa de fortes dores de cabeça e no peito.

De acordo com o neurocirurgião, arritmias cardíacas podem acontecer horas após o acidente, assim como lesões musculares com a liberação de substâncias na corrente sanguínea, que podem provocar danos à distância, como falência renal, perda de consciência, lesão a nervos, disfunção do sistema nervoso autônomo, além de danos aos olhos e aos ouvidos. 

“Muitas vezes, os danos internos da passagem da corrente elétrica são muito maiores do que pode parecer ao se olhar a pessoa externamente, então não dá para fazer um julgamento da gravidade do quadro só pela aparência externa. Por isso a importância de um cuidado rápido em um hospital referenciado”, conclui o especialista.

Fonte: Redação Terra Você
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