O que é paralisia de Bell, condição que afetou Fernanda Gentil?
Apresentadora revelou aos seguidores que sofreu uma paralisa facial e foi diagnosticada com a condição
A apresentadora Fernanda Gentil usou seu perfil nas redes sociais para contar aos seguidores que sofreu uma paralisia facial. Em seu relato, a jornalista conta que seu médico descartou um AVC (Acidente Vascular Cerebral), e ela descobriu que está com paralisia de Bell.
Em entrevista ao Terra, o médico neurocirurgião membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Felipe Mendes, conta que a condição que afeta o nervo facial pode ser desencadeada por uma variedade de fatores.
A causa mais comum é a inflamação do nervo facial devido a uma infecção viral, como o herpes simplex. Essa inflamação interfere na transmissão de sinais nervosos para os músculos faciais, resultando em fraqueza ou paralisia temporária.
“Acredita-se que a reativação do vírus herpes no nervo facial desempenhe um papel crucial no desenvolvimento dessa condição. Outros vírus também podem levar a um quadro semelhante. Além disso, infecções de ouvido ou mesmo lesões em determinadas regiões do sistema nervoso podem levar à paralisia do nervo facial”, explica o especialista.
De acordo com o médico, os sintomas podem surgir repentinamente e geralmente atingem o pico em 48 horas, levando à fraqueza ou paralisia dos músculos faciais em um lado do rosto, dificultando expressões faciais, como sorrir ou fechar o olho do lado afetado.
Sintomas
Os sintomas característicos da paralisia de Bell incluem fraqueza facial repentina que pode afetar um lado do rosto, dificuldade em fechar um olho ou sorrir, e babar devido à incapacidade de controlar os músculos faciais.
O que distingue a paralisia de Bell de outras condições neurológicas é a sua natureza repentina e unilateral, afetando apenas um lado do rosto, além de não apresentar outros sinais neurológicos como perda de sensibilidade ou comprometimento da força muscular em outras partes do corpo.
“Enquanto a paralisia de Bell afeta apenas os músculos de um lado da face, condições como o AVC podem causar sintomas mais amplos, incluindo fraqueza nos membros e dificuldades de fala ou compreensão”, exemplifica o profissional.
Em casos duvidosos, exames de imagem como ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC) do cérebro são utilizados para excluir outras causas dos sintomas e confirmar o diagnóstico.
Recuperação
O neurocirurgião conta que a maioria dos pacientes com paralisia de Bell experimenta uma recuperação completa dentro de alguns meses. No entanto, em alguns casos, podem persistir sequelas leves, como fraqueza residual ou assimetria facial.
Em casos mais graves, onde o paciente não consegue fazer nenhum movimento em um lado da face, pode não haver uma recuperação completa.
O início precoce do tratamento, especialmente com medicamentos como corticosteróides, se iniciados dentro de 48 horas após o surgimento dos sintomas, pode aumentar a probabilidade de uma recuperação completa.
Tratamento
As opções de tratamento incluem corticoides para todos os casos e antivirais para os casos moderados a graves. O especialista explica que medidas sçao tomadas para proteger o olho que não se fecha completamente, como colírios ou pomadas para proteger o olho do ressecamento intenso.
Em casos que não se recuperam espontaneamente e onde a deformidade é maior, existe a possibilidade de um tratamento cirúrgico para refazer a conexão do nervo facial.
Embora a paralisia de Bell possa afetar qualquer pessoa, existem alguns fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de desenvolvê-la, como histórico de infecções virais, estresse, diabetes e gravidez.
Para reduzir esses riscos, o médico sugere que se mantenha um estilo de vida saudável, incluindo práticas de higiene adequadas, gerenciamento do estresse e controle de condições médicas subjacentes, como diabetes. Além disso, a vacinação contra certas doenças virais pode ajudar a prevenir infecções que podem desencadear a paralisia de Bell.