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Maconha: uso diário aumenta risco de infarto e derrame, diz estudo

A pesquisa foi feita por estudiosos da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF) e analisou dados de mais de 434 mil pessoas

25 mar 2024 - 18h27
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Pesquisa descobre relação entre uso de maconha e piora na saúde do coração
Pesquisa descobre relação entre uso de maconha e piora na saúde do coração
Foto: Canva / Perfil Brasil

Um novo estudo, publicado no Journal of the American Heart Association no início deste mês, revelou que fumar maconha diariamente pode causar problemas cardiovasculares. A pesquisa foi feita pela Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF) e analisou dados de mais de 434 mil pessoas nos Estados Unidos para entender a ação do uso da cannabis na saúde do coração.

Os números foram retirados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e, dos entrevistados, 4% eram fumantes diários, 7,1% eram usuários não diários e 88,9% não consumiram maconha pelos últimos 30 dias. A análise foi feita para entender o impacto da maconha nos riscos de doença cardíaca coronária, enfarte agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral. Os pesquisadores compararam com aqueles da população em geral e com aqueles que nunca fumaram tabaco.

Os resultados mostraram que os usuários diários da maconha tiveram um aumento de 25% no risco de ataque cardíaco e 42% de acidente vascular cerebral (AVC). O estudo teve enfoque no consumo através do fumo, e não analisou outros métodos, como os comestíveis. Não existem muitos dados sobre a segurança destas formas de consumir a droga.

O que dizem os especialistas?

Em entrevista à Fox News Digital, Abra Jeffers, co-autora do estudo e pesquisadora do Massachusetts General Hospital, afirmou que a maconha pode ser tão prejudicial quanto o tabaco. "As pessoas pensam que a maconha é inofensiva. Não é. Descobrimos que usar maconha (principalmente fumando) é tão ruim quanto fumar cigarros de tabaco. Embora tenhamos relatado os resultados do uso diário, qualquer uso aumenta o risco - com mais dias de uso por mês associados a um risco maior", relatou.

Salomeh Keyhani, autora sênior do estudo e professora de medicina da UCSF, compartilhou nota oficial para imprensa, em que disse que "o uso de cannabis está aumentando tanto em prevalência quanto em frequência, enquanto o tabagismo convencional está diminuindo. O uso de cannabis por si só pode, com o tempo, tornar-se o fator de risco mais importante".

Robert Page, o presidente da American Heart Association e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Colorado, afirmou que a pesquisa é excepcional, pois realizou análise dos fumantes de maconha e de tabaco separadamente. "A cannabis não é um espectador inocente quando se trata de saúde cardiovascular", disse.

O médico afirmou que foi impactante perceber que a maior parte dos entrevistados era "razoavelmente saudável", e sua maioria estava entre os 18 e 34 anos. "Esses são os indivíduos que normalmente não vão ao médico de cuidados primários porque são jovens e pensam que são invencíveis", relatou.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

Perfil Brasil
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