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Levou picada de escorpião ou aranha? O que não fazer e como agir rápido

m situações de emergência, como uma picada de escorpião ou de aranha, a reação imediata costuma ser buscar qualquer forma de alívio rápido Saiba o que não fazer e como agir rápido nessa situação.

9 dez 2025 - 12h30
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Em situações de emergência, como uma picada de escorpião ou de aranha, a reação imediata costuma ser buscar qualquer forma de alívio rápido. Entre as orientações que circulam em conversas informais e nas redes sociais, o uso de gelo direto sobre o local é uma das mais difundidas. No entanto, especialistas em toxicologia e primeiros socorros alertam que essa prática, apesar de popular, pode agravar o quadro e atrapalhar o atendimento adequado.

A orientação atual em 2025, baseada em protocolos de saúde, indica que o foco principal deve ser manter a pessoa calma, imobilizar o membro afetado e procurar atendimento médico com rapidez. Medidas caseiras, como usar gelo, álcool, pomadas ou torniquetes improvisados, tendem a oferecer mais riscos do que benefícios, especialmente em acidentes com animais peçonhentos, que envolvem venenos potentes.

A ideia de aplicar gelo em uma picada de escorpião ou de aranha costuma surgir pela associação entre frio e alívio da dor ou do inchaço. Porém, nessas situações, a lógica do tratamento é diferente – depositphotos.com / marketing.lasers@ya.ru
A ideia de aplicar gelo em uma picada de escorpião ou de aranha costuma surgir pela associação entre frio e alívio da dor ou do inchaço. Porém, nessas situações, a lógica do tratamento é diferente – depositphotos.com / marketing.lasers@ya.ru
Foto: Giro 10

Por que o gelo é uma má escolha em picada de escorpião ou aranha?

A ideia de aplicar gelo em uma picada de escorpião ou de aranha costuma surgir pela associação entre frio e alívio da dor ou do inchaço. Porém, nessas situações, a lógica do tratamento é diferente. O veneno não é um simples agente inflamatório; ele age no sistema nervoso, no sangue ou nos tecidos, dependendo da espécie envolvida. O frio intenso pode interferir na circulação local, dificultar a avaliação clínica e, em alguns casos, levar a complicações na pele.

Ao resfriar demais a área, há risco de provocar vasoconstrição intensa, ou seja, o estreitamento dos vasos sanguíneos. Isso pode reduzir a chegada de sangue ao tecido ao redor da picada, aumentando o desconforto e retardando a recuperação. Além disso, a dor pode até mascarar sinais importantes, como aumento de volume, mudança de cor da pele ou piora da sensibilidade, que ajudam profissionais de saúde a avaliar a gravidade do envenenamento.

Picada de escorpião: o que o veneno faz no organismo?

Na picada de escorpião, a principal preocupação é o efeito sistêmico do veneno. Em muitas espécies brasileiras, o veneno pode provocar intensa dor local, sudorese, náuseas, aumento dos batimentos cardíacos e alterações na pressão arterial. Em crianças e idosos, o risco de complicações é maior, razão pela qual o tratamento médico rápido é considerado essencial.

Colocar gelo diretamente sobre a área não impede a circulação do veneno no corpo. Em vez disso, o procedimento pode:

  • Prejudicar a observação da evolução da lesão local;
  • Causar queimadura pelo frio, especialmente quando o gelo entra em contato direto com a pele;
  • Dar a falsa sensação de que o problema está sob controle, atrasando a ida ao serviço de saúde.

Em emergências com escorpiões, o recomendado é manter o membro em repouso, em posição mais baixa que o coração quando possível, e levar a pessoa rapidamente a um pronto-atendimento, onde poderá ser avaliada para uso de soro antiescorpiônico, se necessário.

Picada de aranha: o gelo piora ou ajuda?

No caso das aranhas, a orientação também é evitar o uso de gelo direto sobre o local. Algumas espécies, como a aranha-marrom, podem causar lesões que evoluem com necrose, isto é, morte do tecido. A aplicação de frio intenso por tempo prolongado pode agravar esse processo, comprometendo ainda mais a circulação e expandindo a área afetada.

Já em acidentes com aranhas de porte maior, como a armadeira, o veneno costuma provocar dor importante e sintomas sistêmicos, incluindo sudorese, agitação e, eventualmente, alterações cardíacas. O gelo não neutraliza essas toxinas, não reduz o risco de complicações e pode gerar sensação enganosa de melhora.

  • Aranha-marrom: risco de lesão de pele extensa, que exige avaliação precoce;
  • Armadeira: veneno com ação principalmente neurotóxica, com sintomas em todo o corpo;
  • Caranguejeira: geralmente menos perigosa, mas ainda assim merece atenção.

Se gelo não é indicado, o que fazer após a picada?

Os protocolos de primeiros socorros em acidentes com escorpiões e aranhas recomendam algumas medidas simples e seguras. O objetivo é evitar a disseminação acelerada do veneno, reduzir riscos adicionais e facilitar o atendimento adequado em ambiente hospitalar.

  1. Manter a calma: a agitação pode aumentar a circulação sanguínea e acelerar a distribuição do veneno.
  2. Imobilizar o membro: evitar movimentos bruscos ajuda a limitar a propagação do veneno.
  3. Não fazer cortes, sucção ou torniquetes: essas práticas podem causar danos graves ao tecido e não retiram o veneno de forma eficaz.
  4. Não usar gelo, álcool, pomadas ou substâncias caseiras: qualquer produto aplicado sem orientação pode mascarar sinais e atrasar o diagnóstico.
  5. Buscar atendimento imediato: levar a pessoa a um serviço de saúde, de preferência levando o animal (se capturado com segurança) ou uma foto para identificação.

Em muitos locais do Brasil, o Sistema Único de Saúde mantém centros de referência em acidentes com animais peçonhentos, com equipes treinadas para avaliar o quadro e aplicar soro específico quando indicado. O tempo entre o acidente e o atendimento costuma ser um dos fatores mais relevantes na evolução do paciente.

Os protocolos de primeiros socorros em acidentes com escorpiões e aranhas recomendam algumas medidas simples e seguras – depositphotos.com / robertohunger
Os protocolos de primeiros socorros em acidentes com escorpiões e aranhas recomendam algumas medidas simples e seguras – depositphotos.com / robertohunger
Foto: Giro 10

Por que mitos como o uso de gelo ainda são tão comuns?

Mitos sobre tratamento de picada de escorpião e aranha persistem por tradição familiar, disseminação boca a boca e divulgação de conselhos sem comprovação científica. A associação entre frio e alívio de dor leve em situações do dia a dia contribui para que muitas pessoas acreditem que gelo serve para qualquer tipo de ferimento, o que não se confirma nos acidentes com animais peçonhentos.

Para reduzir riscos, organismos de saúde reforçam a importância de buscar informações em fontes confiáveis, como ministérios da saúde, secretarias estaduais, hospitais universitários e serviços de toxicologia. A orientação principal é clara: em caso de picada de escorpião ou aranha, o cuidado mais seguro não é improvisar tratamentos em casa, mas sim priorizar o atendimento médico rápido, com registros detalhados dos sintomas e, sempre que possível, identificação do animal envolvido.

Giro 10
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