Inflamações em área íntima como a de Dora Figueiredo são comuns e exigem atenção
Influenciadora vai fazer a terceira cirurgia em menos de um ano para tratar o quadro
Dora Figueiredo chamou a atenção dos seus seguidores em seu perfil no Instagram ao compartilhar um problema de saúde íntima. A influenciadora digital contou que está com uma inflamação na região anal. No início do desabafo, Dora ainda revelou que está prestes a passar por sua terceira cirurgia na região em menos de um ano.
“No começo desse ano começou a crescer um nódulo ali perto do meu ‘butico’. Ele começou a inchar um pouquinho, e eu imaginei que era um pelo encravado, que ia passar rápido… Começou a crescer, doer, doer que eu não conseguia sentar, e resolvi ir para o hospital. No hospital me falaram que eu tinha um abcesso, e que tinha que fazer uma drenagem, uma mini cirurgia para tirar tudo”, diz a influencer.
Por mais incomum que pareça, inflamações na regial anal não são raras. O cisto pilonidal é uma delas. A alteração, é uma tumoração benigna, ou seja, não é um câncer, não é maligno, que ocorre na região do sacro, atrás, na linha posterior, embaixo do dorso, embaixo da curvatura lombar.
O dermatologista Gustavo Martins explica que a região apresenta uma curvatura anormal, por essa tumoração benigna, pode conter secreções de sebo e também pelo. “É muito comum que o cisto pilonidal se infecte ou mesmo fique inflamado, gerando vermelhidão, dor e calor, além da alteração estética”.
O tratamento é feito com auxílio médico e pode exigir uma ressecção cirúrgica - remover parte de um tecido - com curetagem ou um tratamento com antibióticos específicos.
No depoimento, Dora afirma que passou por muitas consultas médicas para diagnóstico e procedimentos cirúrgicos para enfrentar a inflamação que lhe foi diagnosticada. O abscesso perianal, acúmulo de pus na região do ânus, também pode ser responsável pelos problemas que a influencer vem enfrentando, pois fístulas anorretais podem surgir mesmo após a drenagem, o que causa a necessidade de outras cirurgias.
De acordo com a proctologista Clarisse Casali, a dificuldade do diagnóstico se dá porque muitas vezes a cavidade está profunda embaixo da pele, o que torna difícil apresentar vermelhidão e inchaço.
“Esse diagnóstico precisa ser suspeitado sempre que tivermos um paciente com dor no ânus importante sem nenhuma alteração clínica. Nesse caso, são necessários exames de imagem como ressonância ou tomografia para fechar o diagnóstico”, explica a médica.
Como surgem os abcessos?
Segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), esses abcessos são causados pela infecção de pequenas glândulas existentes no canal anal, mas podem também ser originados de uma fissura infectada.
Ainda existem causas menos comuns para o surgimento de um abscesso como, por exemplo, o ato de engolir alimentos sem mastigar, podendo levar fragmentos de ossos ou espinhas de peixe até o canal anal.
O abscesso produz um quadro de sintomas relacionados à infecção. É comum a apresentação de dor contínua ou latejante e inchaço na região que se apresenta quente e avermelhada. Também acompanham o quadro: febre, calafrios, cansaço, prostração e inapetência.
O procedimento indicado para tratar esse quadro é cirúrgico. Durante a intervenção, o especialista realiza uma incisão para drenar as secreções, aliviando assim a dor causada pela pressão acumulada dentro do abscesso.