Implante coclear: a tecnologia que permite ouvir novamente
O implante coclear é um dispositivo tecnológico utilizado para restaurar a audição em pessoas com perda auditiva severa a profunda. Conheça a tecnologia que permite ouvir novamente.
O implante coclear é um dispositivo tecnológico utilizado para restaurar a audição em pessoas com perda auditiva severa a profunda. Em especial, quando aparelhos convencionais não apresentam resultado satisfatório. Diferente dos aparelhos auditivos tradicionais, que amplificam o som, esse dispositivo eletrônico atua diretamente no ouvido interno, convertendo sinais sonoros em estímulos elétricos que podem ser interpretados pelo cérebro como sons. Esse avanço possibilita que indivíduos, inclusive crianças, tenham a oportunidade de desenvolver habilidades de comunicação oral e integração social.
A cirurgia para colocação do implante coclear costuma ocorrer em centros especializados e requer acompanhamento de uma equipe multiprofissional, que envolve otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos e psicólogos. Ademais, após o procedimento cirúrgico é necessário um processo de reabilitação auditiva para que o paciente consiga interpretar sons e desenvolver novas habilidades auditivas. Em muitos casos, o implante representa uma mudança significativa na qualidade de vida do paciente, permitindo a socialização, a participação em ambientes escolares e o desenvolvimento de vínculos afetivos mais próximos com familiares.
Como o implante coclear transforma vidas?
O implante coclear demonstra resultados expressivos em diversos contextos. Um dos exemplos recentes aconteceu em Recife, quando Laís Vitória, de 12 anos, ouviu pela primeira vez a voz da mãe após a ativação do implante no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). Com diagnóstico de surdez profunda ainda nos primeiros meses de vida, Laís recebeu o implante coclear e, no dia 19 de novembro, viveu uma experiência emocionante.
Esse caso exemplifica como a tecnologia pode transformar histórias. Em especial, quando se faz o diagnóstico precocemente e a realização do procedimento fica a cargo de equipes com experiência. Além disso, o êxito do implante depende de fatores como a idade da indicação, o tipo de perda auditiva, o compromisso da família com a reabilitação e, principalmente, o acompanhamento multidisciplinar após a cirurgia. Por isso, crianças implantadas ainda nos primeiros anos de vida tendem a desenvolver melhor a linguagem oral, ampliando as possibilidades de inclusão escolar e social.
O que é necessário para receber um implante coclear?
Nem todos os indivíduos com problemas de audição são candidatos ao implante coclear. Afinal, a indicação do dispositivo é para pessoas com surdez bilateral severa ou profunda, que obtiveram pouco ou nenhum benefício com o uso de aparelhos auditivos. Além disso, o processo de seleção envolve avaliação médica detalhada, exames de imagem, testes audiológicos e análise do histórico clínico do paciente.
- Avaliação otorrinolaringológica e audiológica completa;
- Análise do desenvolvimento da linguagem e cognição;
- Condições anatômicas favoráveis no ouvido interno;
- Comprometimento da família em participar da reabilitação;
- Idade ideal, preferencialmente em crianças entre um e três anos, para melhores resultados.
O processo pós-cirúrgico é tão importante quanto a cirurgia em si. Na fase de reabilitação, o foco é ativar o implante, adaptar o paciente aos novos estímulos sonoros e treinar a interpretação dos sons, especialmente em crianças que nunca escutaram antes. O apoio familiar é fundamental para consolidar os avanços e contribuir para a autonomia do implantado.
Quais as taxas de sucesso do implante coclear?
A taxa de êxito do implante coclear é elevada, principalmente quando a indicação é correta e o acompanhamento é adequado. Estudos apontam que mais de 80% dos implantados, especialmente na infância, conseguem perceber sons do ambiente e desenvolver comunicação verbal após o procedimento. Vale destacar que o sucesso depende da associação entre tecnologia, fatores individuais e empenho nos processos de reabilitação e acompanhamento audiológico.
- Aproximação com sons ambientais e vozes familiares;
- Desenvolvimento progressivo da linguagem oral;
- Melhor desempenho em ambientes escolares e sociais;
- Maior independência e qualidade de vida.
Casos como o de Laís Vitória ganham relevância ao ilustrar como a combinação entre diagnóstico precoce, acesso ao tratamento, participação familiar e tecnologia de ponta pode proporcionar novas perspectivas para pessoas com deficiência auditiva. A implantação coclear permanece sendo uma das alternativas mais seguras e eficazes quando a modalidade é bem indicada e acompanhada ao longo do tempo.
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