Homem morre após receber rim contaminado com vírus da raiva em transplante nos EUA
Caso raro foi investigado pelo CDC e acende alerta sobre transmissão da doença
Um homem nos EUA morreu após receber um rim contaminado com o vírus da raiva, transmitido por um doador assintomático arranhado por um guaxinim; casos como este são raros, mas reforçam a necessidade de rigor nos protocolos de segurança em transplantes.
Um homem morreu após receber um transplante de órgão contaminado com o vírus da raiva. O caso aconteceu em Michigan, nos Estados Unidos. Ele se soma a outros três, também raros, de transmissão do vírus por meio de transplantes.
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O paciente, que não foi identificado, submeteu-se a uma cirurgia de transplante de rim em 2024. O doador não apresentava sintomas da doença, mas havia sido arranhado por um guaxinim. Apesar do histórico, o transplante ocorreu sem intercorrências e, 51 dias após a cirurgia, o receptor desenvolveu sintomas neurológicos graves e faleceu.
O caso foi investigado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), que detectou o vírus da raiva no órgão transplantado. Outras três pessoas que também receberam tecidos do mesmo doador tiveram os enxertos removidos e passaram por profilaxia pós-exposição, tratamento indicado quando há suspeita de infecção pelo vírus da raiva.
Raiva é uma doença letal
A raiva é uma doença viral com taxa de mortalidade próxima a 100% em humanos e animais após o surgimento dos sintomas. A transmissão ocorre, principalmente, por mordidas ou arranhões de animais infectados, como cães, gatos e morcegos, por meio da saliva.
Embora seja considerada uma das doenças mais letais do mundo, a vacinação é fundamental para prevenir que animais domésticos transmitam o vírus a outros animais e às pessoas. Além disso, a profilaxia pós-exposição em humanos é essencial, mas precisa ser aplicada logo após a mordida ou arranhão. Isso ocorre porque, depois do início dos sintomas neurológicos, não há tratamento eficaz.
No caso de transplantes, o Sistema Nacional de Transplantes e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) possuem protocolos de testagem obrigatória que visam garantir a segurança do procedimento. Os órgãos são submetidos a uma bateria de exames sorológicos, que inclui testes para raiva, sífilis, hepatites virais, HIV e Covid-19.
