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HIV após os 50: estudo brasileiro revela que usar menos medicamentos traz melhores resultados

Pessoas com HIV após os 50 têm melhores resultados com terapias antirretrovirais simplificadas, aponta estudo da Unesp em parceria com a Georgetown University

12 dez 2025 - 12h33
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Para homens e mulheres acima de 50 anos vivendo com HIV, a busca por uma vida mais saudável e equilibrada é uma prioridade. Novas pesquisas brasileiras apontam que, em certos casos, a redução do uso de medicamentos pode trazer benefícios consideráveis.

Pessoas com HIV após os 50 têm melhores resultados com terapias antirretrovirais simplificadas, aponta estudo da Unesp em parceria com a Georgetown University
Pessoas com HIV após os 50 têm melhores resultados com terapias antirretrovirais simplificadas, aponta estudo da Unesp em parceria com a Georgetown University
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

Até pouco tempo, a norma era aumentar a medicação para controlar a doença. No entanto, estudos recentes indicam que uma abordagem mais personalizada, com uso mais racional dos medicamentos, pode ser mais eficaz e vantajosa para a saúde.

Neste artigo, vamos explorar os benefícios dessa estratégia, apoiada por estudos nacionais, e entender por que menos medicamentos podem ser a chave para uma melhor qualidade de vida nesta faixa etária.

HIV após os 50: estudo brasileiro revela que usar menos medicamentos traz melhores resultados

Uma pesquisa da Unesp, em parceria com a Georgetown University, aponta que adultos com 50 anos ou mais vivendo com HIV têm melhores resultados clínicos e mais qualidade de vida quando tratados com regimes simplificados de terapia antirretroviral (TARV). O estudo analisou 1.018 pacientes do SUS e os resultados serão publicados no Brazilian Journal of Medical and Biological Research.

Menos medicamentos, mais saúde: o que a pesquisa descobriu

O uso de tratamentos simplificados para HIV foi a variável que mais influenciou os resultados positivos entre as pessoas com 50 anos ou mais.

Quase 90% dos pacientes 50+ alcançaram carga viral indetectável, proporção superior à observada no grupo mais jovem (83,3%).

Outro ponto importante foi a falha virológica: enquanto apenas 2,5% dos mais velhos apresentaram retorno da replicação viral, entre os jovens essa taxa chegou a 10,1%.

A resposta imunológica também se mostrou mais consistente. Apenas 7% dos adultos com 50 anos ou mais tinham contagem de CD4 abaixo de 350 células/mm³, o que é quase metade do registrado entre os mais jovens (13,3%).

Em conjunto, esses achados reforçam uma tendência observada internacionalmente: simplificar o tratamento pode significar mais qualidade de vida, especialmente para quem convive com o HIV há muitos anos.

Por que o envelhecimento pode ser acelerado em pessoas vivendo com HIV?

Mesmo quando controlado, o HIV mantém o organismo em estado de inflamação crônica, acelerando o envelhecimento celular. Por isso, especialistas classificam pessoas vivendo com HIV como "adultos mais velhos" a partir dos 50 anos — um critério aceito mundialmente.

Esse processo aumenta o risco de desenvolver, mais cedo, doenças como:

  • hipertensão

  • diabetes

  • problemas cardiovasculares

  • complicações renais e ósseas

O estudo reforça a importância de protocolos de saúde adaptados ao envelhecimento com HIV.

Tratamento simplificado: como funcionam as combinações mais eficazes

O estudo analisou dois regimes simplificados de terapia antirretroviral:

  • lamivudina + dolutegravir (3TC + DTG)

  • lamivudina + darunavir/ritonavir (3TC + DRV/r)

Ambas as combinações mostraram forte associação com supressão viral sustentada, especialmente em pessoas que estão em tratamento há mais de 11 anos.

Como esses medicamentos agem no corpo

  • Lamivudina (3TC): impede o HIV de copiar seu material genético.

  • Dolutegravir (DTG): bloqueia a integração do vírus às células humanas.

  • Darunavir/ritonavir: dificulta a replicação viral em etapas finais.

A principal mudança está na retirada gradual do tenofovir (TDF), usado há décadas, mas que pode afetar rins e ossos, algo que é especialmente sensível para pacientes mais velhos.

HIV após os 50 exige novos cuidados

Para o infectologista Alexandre Naime Barbosa, da Unesp, o novo cenário da saúde das pessoas vivendo com HIV pede um olhar diferenciado:

"A infecção pelo HIV se tornou uma condição crônica que exige um cuidado mais próximo do geriátrico", explica o infectologista Alexandre Naime Barbosa.

O especialista ainda destaca que, com o avanço da idade, aumentam também as condições associadas ao envelhecimento acelerado causado pela inflamação crônica, mesmo quando a carga viral está controlada. 

Portanto, o envelhecimento das pessoas com HIV já repercute nos serviços de saúde e reforça a necessidade de protocolos individualizados. Desse modo, com o crescimento da população de adultos 50+ vivendo com HIV, entender como garantir envelhecimento saudável torna-se essencial para orientar políticas públicas e práticas clínicas.

Saúde em Dia
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