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Gordura no fígado e risco de cirrose: quando a doença avança

A gordura no fígado deixou de ser um problema raro para se tornar um tema frequente em consultas médicas. Saiba quando a doença avança e o risco de cirrose.

6 dez 2025 - 11h03
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A gordura no fígado deixou de ser um problema raro para se tornar um tema frequente em consultas médicas. Em muitos casos, a pessoa descobre a alteração por meio de um exame de rotina e não apresenta qualquer sintoma. Mesmo assim, especialistas apontam que a esteatose hepática merece atenção. Em especial, porque em parte dos pacientes ela pode evoluir para inflamação intensa, fibrose e, em estágios mais avançados, cirrose hepática.

Esse acúmulo de gordura no órgão relaciona-se fortemente a hábitos do dia a dia, como alimentação rica em ultraprocessados, sedentarismo e consumo abusivo de álcool. Ademais, também há ligação importante com obesidade, diabetes tipo 2 e alterações do colesterol e dos triglicerídeos. Por isso, entender em que momento a gordura no fígado apresenta perigo e quais sinais indicam avanço da doença torna-se fundamental para reduzir o risco de cirrose.

O acúmulo de gordura no órgão relaciona-se fortemente a hábitos do dia a dia, como alimentação rica em ultraprocessados, sedentarismo e consumo abusivo de álcool – depositphotos.com / yobro10
O acúmulo de gordura no órgão relaciona-se fortemente a hábitos do dia a dia, como alimentação rica em ultraprocessados, sedentarismo e consumo abusivo de álcool – depositphotos.com / yobro10
Foto: Giro 10

O que é gordura no fígado e por que ela preocupa?

A chamada gordura no fígado, ou esteatose hepática, ocorre quando mais de 5% a 10% das células do fígado armazenam gordura em excesso. Em uma fase inicial, em que recebe o nome de esteatose simples, o órgão ainda consegue desempenhar suas funções de forma adequada e muitas pessoas seguem sem sintomas. No entanto, o problema é que, em parte dos casos, essa condição pode progredir para um quadro de inflamação crônica, que tem o nome de esteato-hepatite.

A partir desse momento, o órgão passa a sofrer agressões constantes, com morte de células hepáticas e tentativa de regeneração desorganizada. Como resposta, o corpo forma cicatrizes, um processo chamado de fibrose. Se a agressão continua por anos, essas cicatrizes se acumulam e alteram a estrutura do fígado, abrindo caminho para a cirrose. Por isso, mesmo quando não há incômodo, os médicos costumam reforçar a importância de investigar e acompanhar a esteatose.

Gordura no fígado e risco de cirrose: quando o problema se agrava?

A relação entre gordura no fígado e risco de cirrose depende principalmente do grau de inflamação e do tempo de agressão ao órgão. Nem toda pessoa com esteatose desenvolverá cirrose, mas o risco aumenta quando há combinação de fatores como excesso de peso, resistência à insulina, pressão alta e consumo de bebidas alcoólicas. Nesses cenários, a evolução de uma esteatose simples para esteato-hepatite e fibrose se torna mais provável.

Os especialistas dividem a progressão da doença em estágios: esteatose simples, esteato-hepatite, fibrose em diferentes graus e, por fim, cirrose. Quanto mais adiantado o estágio, maior a chance de surgirem complicações, como acúmulo de líquido no abdômen, hemorragias digestivas e maior risco de câncer de fígado. A identificação precoce da fase inflamatória é uma medida estratégica, porque nessa etapa ainda há boa margem de reversão com mudanças de estilo de vida e tratamento adequado.

Quais sinais podem indicar que a doença avançou?

Na maior parte do tempo, a esteatose hepática segue silenciosa, e por isso exames de rotina são essenciais. Entretanto, quando há avanço para inflamação intensa, fibrose avançada ou cirrose, alguns sinais tendem a chamar atenção. Em fases iniciais, podem surgir cansaço, desconforto leve na região direita do abdômen e sensação de inchaço, sintomas fáceis de confundir com outras situações do dia a dia.

Na medida em que o dano ao fígado aumenta, podem aparecer manifestações mais evidentes, como:

  • Amarelão na pele e nos olhos (icterícia);
  • Inchaço nas pernas e no abdômen;
  • Vasos sanguíneos finos e avermelhados na superfície da pele;
  • Fezes claras e urina escurecida;
  • Facilidade para formar hematomas ou sangramentos;
  • Perda de peso não intencional.

Quando esses sinais surgem, geralmente o fígado já se encontra bastante comprometido. Por isso, o acompanhamento regular de quem tem gordura no fígado, mesmo sem sintomas, é considerado um ponto central na prevenção de cirrose.

Como é feito o diagnóstico da gordura no fígado?

O diagnóstico costuma começar com exames simples. Muitas vezes, a alteração é identificada em um ultrassom de abdômen solicitado por outro motivo ou em exames de sangue que mostram elevação das enzimas hepáticas. A partir daí, o profissional avalia histórico clínico, consumo de álcool, uso de medicamentos e presença de condições associadas, como diabetes e obesidade abdominal.

Além do ultrassom, existem ferramentas complementares que ajudam a estimar o grau de fibrose, como elastografia hepática (um tipo de "ultrassom que mede rigidez do fígado") e cálculos baseados em exames de sangue. Em situações específicas, pode ser indicada biópsia hepática, procedimento em que é coletado um pequeno fragmento do órgão para análise mais detalhada. O objetivo é identificar se há inflamação e cicatrizes, estimar o risco de evolução para cirrose e definir a melhor estratégia de acompanhamento.

Nem toda pessoa com esteatose desenvolverá cirrose, mas o risco aumenta quando há combinação de fatores como excesso de peso, resistência à insulina, pressão alta e consumo de bebidas alcoólicas – depositphotos.com / hyrons
Nem toda pessoa com esteatose desenvolverá cirrose, mas o risco aumenta quando há combinação de fatores como excesso de peso, resistência à insulina, pressão alta e consumo de bebidas alcoólicas – depositphotos.com / hyrons
Foto: Giro 10

É possível evitar que a gordura no fígado evolua para cirrose?

A prevenção da cirrose associada à gordura no fígado passa principalmente por ajustes no estilo de vida. Diversos estudos indicam que pequenas mudanças sustentadas ao longo do tempo podem reduzir a quantidade de gordura no órgão e frear a inflamação. Entre as medidas mais recomendadas, destacam-se:

  1. Alimentação equilibrada: preferência por alimentos in natura ou minimamente processados, aumento do consumo de frutas, verduras, legumes, grãos integrais e redução de refrigerantes, doces, frituras e itens ultraprocessados.
  2. Controle do peso corporal: perda gradual de peso, quando indicada, tem sido associada à melhora da esteatose e, em muitos casos, à regressão parcial da fibrose.
  3. Atividade física regular: prática de exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular, respeitando limites individuais e orientações de profissionais de saúde.
  4. Moderação ou suspensão do álcool: em quadros de fígado gorduroso avançado ou com inflamação, a interrupção do consumo de bebidas alcoólicas costuma ser fortemente recomendada.
  5. Controle de diabetes, colesterol e pressão: tratamento adequado dessas condições reduz a sobrecarga sobre o fígado.

Em alguns casos, o médico pode indicar medicamentos para controlar fatores de risco associados, como glicemia e lipídios, além de orientar consultas periódicas para monitorar a função hepática. A mensagem central entre especialistas é que a gordura no fígado não deve ser tratada apenas como um achado de exame, mas como um sinal de alerta que permite prevenir problemas mais graves, entre eles a cirrose.

Giro 10
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