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Genética permite escolher cor dos olhos e cabelos do bebê

13 fev 2009 - 08h15
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Que mulher grávida não tenta adivinhar quase que diariamente a cor dos olhos, o tipo de cabelo e até a estatura do futuro bebê? Com os avanços na pesquisa genética, o sonho se tornou realidade em algumas clínicas dos Estados Unidos. É o que informa a versão online do

A técnica genética pode selecionar os padrões físicos do bebê
A técnica genética pode selecionar os padrões físicos do bebê
Foto: Getty Images
The Wall Street Journal

. Segundo a publicação, a clínica Fertility Institutes, em Los Angeles, já estaria oferecendo o procedimento Pre-implantation Genetic Diagnosis (PGD - que pode ser traduzido por Diagnóstico Pré-Implantacional) a alguns clientes.



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Usado anteriormente apenas para evitar doenças congênitas graves nos recém-nascidos, a técnica foi aprimorada para que se pudesse selecionar o padrão estético das crianças. Apesar de não estar formalmente provado que a Fertility Institutes possa mesmo promover essa seleção, ela deu um salto nas pesquisas mostrando que um bebê pré-selecionado não é mais algo à la ficção científica.

"Se nós vamos produzir bebês condicionados a serem superiores geneticamente, estamos correndo o risco de criar novas formas de discriminação", rebate Marcy Darnovsky, diretor executivo do Centro de Genética e Socidade. O que significa que a seleção de crianças com tendências a serem alta, por exemplo, pode induzir a um preconceito silencioso contra pessoas de baixa estatura.

Seleção genética
Uma pesquisa feita com 999 pessoas que buscavam por aconselhamento genético descobriu que a maioria gostaria de eliminar os riscos de doenças hereditárias graves. O estudo aponta ainda que 56% buscavam eliminar cegueira, 75% doenças mentais, enquanto 10% gostariam de descobrir habilidades genéticas e selecionar estaturas altas. Os dados mostram ainda que 13% dos entrevistados apóiam a seleção de inteligências superiores.

Mas, o aprimoramento genético pode não ser tão simples. A maioria das características humanas, por exemplo, são controladas por múltiplos fatores, e o conhecimento sobre seu funcionamento é ainda incompleto. Apesar das habilidades atléticas e da inteligência serem determinadas pelo DNA, fatores ambientais são determinantes e não podem ser controlados por laboratório. A técnica PGD pode ainda ser usada para selecionar embriões com propensão a ter as mesmas deficiências dos pais, como a surdez.

Pesquisa encabeçada por John Hopkins descobriu que 3% das clínicas de fertilização têm oferecido o tratamento - o que, as vezes, é descrito como "aprimoramento negativo". Os grupos que defendem a opinião argumentam, por exemplo, que uma criança surda nascida de pais surdos tem melhores chances de interagir na cultura de sua família.

Kari Stefansson, chefe executivo do deCode, salienta que os testes podem apenas promover um certo nível de probabilidade das características físicas da criança, não uma garantia absoluta. "Sou veementemente contra essas descobertas (...) elas diminuem a diversidade humana, isso é perigoso", comenta.

Fonte: Redação Terra
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