O ator Juliano Cazarré anunciou pelo Instagram o nascimento da filha Maria Guilhermina na última terça, 21. Na postagem, o ator contou que a criança veio ao mundo com uma cardiopatia congênita rara conhecida como Anomalia de Ebstein.
Na publicação, o intérprete do peão Alcides em 'Pantanal', afirmou que a filha já passou por uma intervenção cirúrgica e está bem.
"Maria Guilhermina chegou com um coração especial. Nos exames pré-natais, descobrimos que ela teria uma cardiopatia congênita rara. Ao longo da gestação, os médicos perceberam que o caso dela seria um dos mais raros e graves dentro da anomalia", escreveu.
Você sabe o que é Anomalia de Ebstein? O cardiologista Paulo de Abreu Neto conversou com o Terra e explicou o que você precisa saber sobre a doença. Confira!
O que é a Anomalia de Ebstein?
A Anomalia de Ebstein é uma cardiopatia rara da válvula tricúspide, que afeta apenas um em cada 10 mil bebês. Não há diferença na incidência de casos entre meninos e meninas.
Fica mais fácil entender o que é a condição se virmos o coração como uma casa, com paredes e portas por onde o sangue passa. A Anomalia de Ebstein altera a posição de uma dessas portas, o que leva à má-formação da válvula tricúspide. Com isso, ela fica posicionada de forma muito baixa, permitindo que o sangue escape para trás a partir do ventrículo para o átrio.
Essas anormalidades provocam insuficiência cardíaca congestiva, um refluxo sanguíneo que resulta no acúmulo de líquido nos pulmões e fluxo insuficiente de sangue oxigenado para o corpo.
O que causa esta anomalia
Alguns estudos ligam a Anomalia de Ebstein ao uso de alguns fármacos, como lítio ou benzodiazepínicos (grupo de psicotrópicos comumente utilizados), no primeiro trimestre da gravidez. Esses medicamentos são, inclusove, fortemente contra-indicados para gestantes. Existe também a possibilidade de algum fator genético desencadear a anomalia.
Como identificar a condição
O diagnóstico de Anomalia de Ebstein é feito por meio da ecocardiografia fetal ainda no acompanhamento pré-natal ou por meio da ecocardiografia convencional, feita em crianças, adolescentes ou adultos. Daí a importância de um pré-natal bem detalhado.
Como é feito o tratamento
O tratamento da Anomalia de Ebstein depende de como a doença se manifesta em cada criança. Algumas podem ser tratadas com medicação que controla a insuficiência cardíaca congestiva ou os ritmos cardíacos anormais.
Em casos mais graves, que causam arritmia ou baixos níveis de oxigênio (cianose), a cirurgia certamente será provavelmente.
Existe sequela
A criança que desenvolver a Anomalia de Ebstein deverá ser tratada como um cardiopata congênito e pode ter algumas restrições, como a prática de exercícios físico. No entanto, a medicina tem evoluído bastante e assegura um tempo maior de sobrevida.
*Com edição de Estela Marques.