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Doença gengival pode estar ligada a maior risco de problemas cardiovasculares graves

Segundo a American Heart Association, quadro contribui para processos inflamatórios relacionados a AVC e infarto

17 dez 2025 - 10h44
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Um documento da American Heart Association (AHA), uma das principais organizações dedicadas à saúde do coração, reforça que problemas bucais podem estar associados a complicações cardiovasculares como infarto, acidente vascular cerebral (AVC), fibrilação atrial e insuficiência cardíaca. O texto foi publicado na revista Circulation, da entidade, na terça-feira, 16.

Intitulada "Doença Periodontal e Doença Cardiovascular Aterosclerótica", a análise sustenta a associação entre as duas condições. Embora elas compartilhem fatores de risco semelhantes, dados mais recentes apontam para uma relação independente entre os dois quadros.

A AHA explica que os possíveis mecanismos biológicos dessa associação e eventuais consequências cardiovasculares incluem vias diretas, como a entrada de bactérias da boca na corrente sanguínea e infecções nos vasos, e vias indiretas, como a inflamação sistêmica crônica em decorrência do problema dental.

Apesar de a doença periodontal contribuir para processos inflamatórios ligados às doenças cardiovasculares, a AHA pontua que a relação direta de causa e efeito não foi comprovada.

O documento ressalta também que não há evidência direta de que o tratamento periodontal previna doenças cardiovasculares. No entanto, intervenções que reduzem a exposição a inflamações ao longo da vida parecem ajudar a diminuir o risco de desenvolvimento dessas condições cardiovasculares. O controle da doença periodontal e da inflamação pode contribuir para a prevenção e o manejo mais adequado dos problemas cardiovasculares.

O que é doença periodontal

A doença periodontal é uma inflamação crônica que afeta as gengivas e pode evoluir para quadros mais graves.

O estágio inicial é a gengivite, causada pelo acúmulo de placa bacteriana e caracterizada pela inflamação das gengivas. Sem tratamento, ela pode evoluir para periodontite, quando as gengivas se afastam dos dentes e favorecem infecções. Na forma mais grave, há comprometimento dos ossos que sustentam os dentes, que podem ficar frouxos ou cair.

Atenção à saúde bucal

Pessoas com um ou mais fatores de risco cardiovasculares podem se beneficiar de maior atenção à saúde bucal, especialmente pelo impacto no controle da inflamação crônica, segundo a análise da AHA.

Estudos indicam que escovar os dentes com mais frequência está associado a níveis mais baixos de marcadores inflamatórios e a menor risco de desenvolver doenças cardiovasculares em 10 anos — 13,7% entre quem escova uma vez ao dia ou menos contra 7,35% entre aqueles que escovam três ou mais vezes ao dia.

A relação entre saúde bucal e doenças cardiovasculares não é recente. Em 2012, a AHA já havia publicado um posicionamento sobre o tema, mas destaca que ainda são necessários estudos de longo prazo para avaliar se o tratamento periodontal pode influenciar a progressão e os desfechos dessas doenças.

Fatores sociais, como nível socioeconômico, acesso ao atendimento odontológico e outras desigualdades, também impactam negativamente a saúde e estão associados a piores desfechos cardiovasculares, segundo a entidade.

Especialistas alertam que, para envelhecer com saúde, é fundamental incluir o cuidado com a saúde bucal na rotina. Algumas medidas simples podem ajudar a manter os dentes e as gengivas saudáveis ao longo da vida, como:

  • manter uma alimentação equilibrada;
  • reduzir o consumo de álcool;
  • usar equipamentos de proteção ao praticar esportes ou andar de bicicleta;
  • manter uma rotina adequada de higiene bucal;
  • realizar visitas regulares ao dentista;
  • ficar atento à produção de saliva.
Estadão
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