Diarreia levou Leonardo ao hospital: por que o problema exige atenção após os 60 anos
O cantor Leonardo, de 62 anos, foi internado nesta segunda-feira (8) após apresentar um quadro de diarreia associado à desidratação. Embora pareça um sintoma simples, especialistas alertam que a condição pode se agravar em pessoas acima dos 60 anos.
“Os riscos são significativamente maiores em indivíduos acima de 60 anos. O envelhecimento está associado a menor reserva hídrica corporal, redução da sensação de sede e uso frequente de múltiplos medicamentos que podem favorecer a desidratação, como diuréticos. Idosos também apresentam função renal mais vulnerável, o que facilita a instalação de insuficiência renal aguda diante de perdas hídricas moderadas”, explica a gastroenterologista e hepatologista Dra. Lilian Curvelo.
Além disso, doenças crônicas comuns nessa faixa etária, como insuficiência cardíaca, diabetes e hipertensão, podem descompensar rapidamente em casos de diarreia. “Isso torna o acompanhamento clínico mais rigoroso, a hidratação precoce e a correção de eletrólitos medidas essenciais para evitar complicações”, complementa.
Segundo a médica, a diarreia — especialmente quando intensa ou prolongada — pode desencadear complicações importantes. “O principal risco é a desidratação, decorrente da perda excessiva de água e eletrólitos como sódio, potássio, cloro e bicarbonato. Essa perda pode causar desequilíbrio hidroeletrolítico, levando a hipotensão, tontura, fraqueza e, em casos graves, alteração do nível de consciência”, afirma.
Outro risco relevante é a desnutrição, já que o trânsito intestinal acelerado interfere na absorção de nutrientes. “Em episódios persistentes, podem ocorrer insuficiência renal por hipovolemia e piora de doenças crônicas já existentes. Em alguns cenários, a diarreia prolongada pode ser indicativa de infecção, doença inflamatória intestinal, efeitos colaterais de medicamentos ou até neoplasia intestinal, exigindo investigação adequada”, orienta.
Como evitar a desidratação
A prevenção começa com reposição adequada de líquidos e eletrólitos. A médica explica que a medida mais eficaz é utilizar soluções de reidratação oral, que possuem proporção ideal de glicose e minerais. “Água isolada não repõe eletrólitos de forma suficiente em quadros mais intensos”, diz.
Também é recomendado fracionar os líquidos ao longo do dia, evitar bebidas muito açucaradas e priorizar alimentos leves, ricos em água e de fácil digestão.
“Em pacientes com vômitos associados, a hidratação deve ser feita em pequenos volumes e intervalos frequentes. Sinais como boca seca, redução de urina ou tontura indicam necessidade de atenção imediata e, em alguns casos, hidratação intravenosa”, conclui.