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Como evitar pedra nos rins? Entenda os sintomas e tratamento de problema que afetou Alexandre Nero

O ator compartilhou nas suas redes sociais que o cálculo renal causa a "pior dor da vida"; problema é mais frequente no verão, pode ser recorrente e exige prevenção

12 jan 2023 - 15h47
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Recentemente, o ator Alexandre Nero compartilhou em suas redes sociais que precisou se afastar temporariamente das gravações da novela em que atua, Travessia, da Rede Globo, para tratar de pedra nos rins. O problema de saúde, que foi definido por Nero como a "pior dor da vida", também é conhecido como cálculo renal e é causado pela formação de substâncias minerais dentro do canal urinário, comprometendo a função renal, de filtragem do sangue.

Alexandre Nero
Alexandre Nero
Foto: Instagram/@alexandrenero / Estadão

De acordo com o urologista do Hospital Israelita Albert Einstein e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Alex Meller, as principais causas do cálculo renal são a desidratação e o consumo exagerado de sódio e proteína na alimentação. Além disso, "existem fatores hereditários associados e doenças renais que podem propiciar a formação (das pedras)", diz.

O calor também propicia o aparecimento do problema. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), há um aumento de 30% nos casos durante o período mais quente do ano. No entanto, Meller diz que "o termo mais correto seria que é mais comum você ter sintomas associados aos cálculos renais durante o verão".

"Isso é explicado por dois motivos: com a pessoa tomando mais líquidos, há uma maior chance destes cálculos se movimentarem e o segundo é que, com uma maior transpiração, há também uma maior chance de desidratação, podendo facilitar a formação de cristais", afirma.

Como as pedras nos rins se formam?

A formação da pedra no rim se dá por uma supersaturação da urina (quando os componentes dela ficam pouco diluídos), seguida da nucleação e aglutinação de cristais. Ou seja, com pouca água, a concentração das substâncias carregadas pela urina é maior e, com o tempo, elas vão se acumulando até formar pequenos cristais.

"Esses cristais se acumulam nos cálices renais - região do filtro onde passa a urina -, formando um núcleo de cristalização que servirá de ponto de agregação de outros cristais, dando origem ao cálculo renal", diz o médico.

Sintomas e exame de diagnóstico

O cálculo pode ser assintomático quando está no rim e se tornar sintomático quando se movimenta em direção à bexiga por um canal chamado ureter, diz Meller. O sintoma mais frequente é a cólica renal, uma dor lombar de forte intensidade que pode irradiar para região do abdômen inferior (pé da barriga) e genital.

A alteração do ritmo urinário (diminuição ou aumento da frequência em que se vai ao banheiro) e ardência semelhante ao quadro de infecção urinária também são sintomas comuns. Em alguns casos, é possível que a pessoa apresente sangramento urinário, náuseas, vômito, diarreia ou obstipação intestinal.

O exame feito para diagnosticar o cálculo, inicialmente, é a ultrassonografia. Em alguns casos, é utilizado uma tomografia. Diagnosticada, as pedras podem ser:

  • Pequenas: até 5 milímetros;
  • Médias: entre 5 e 10 milímetros;
  • Grandes: acima de 10 milímetros.

Qual o tratamento? Existe remédio natural?

O tratamento da pedra no rim deve ser feito por um urologista e varia de acordo com a localização e o tamanho do cálculo. Os tratamentos mais utilizados, de acordo com Meller, são:

  • Litotripsia extracorpórea: uma máquina que implode o cálculo dentro do rim, usado quando ele tem menos de 10mm e não é tão rígido;
  • Ureterolitotripsia flexível: um aparelho é introduzido no rim e quebra a pedra por meio de um laser (recomendado quando o cálculos entre 10mm e 20mm);
  • Nefrolitotripsia percutânea: um aparelho que é introduzido a partir de um furo nas costas e vai entrar no rim para fragmentar o cálculos que têm acima de 20mm.

Alguns medicamentos orais também podem ser utilizados para ajudar a expelir a pedra, principalmente quando ela é pequena. Para diminuir a dor dar cólicas renais, os médicos geralmente receitam analgésicos.

Popularmente, há uma crença de que apenas com chás e uma dieta saudável é possível expelir um cálculo. No entanto, o médico diz que "não há estudos científicos concretos que embasam a função de chás (como o de quebra-pedra) no auxílio de eliminar cálculo renal". Mas a alimentação e o consumo adequado de líquidos certamente ajudam a prevenir o problema.

Pedra no rim pode matar?

Meller explica que o cálculo renal em si dificilmente vai levar alguém a óbito. No entanto, se a pedra for grande e não for tratada corretamente, com o tempo, ela pode levar a um quadro de infecção que, não tratado, pode levar à morte.

"De qualquer forma, a taxa de óbito em decorrência de cálculo renal é muito baixa. Estamos falando de algo em torno de 1% a 3% dos casos", diz.

Recorrência é comum, por isso, é preciso prevenir

A incidência global do cálculo renal é maior em homens (12%) do que em mulheres (7%), segundo dados do National Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos. No entanto, alguns cálculos, principalmente ligados à infecção urinária, são mais comuns entre as pessoas do sexo feminino.

A taxa de recorrência é alta: entre 50 a 60%. Por isso, o médico explica que "quando você trata um paciente de cálculo, deve ser encarado como uma doença crônica, como hipertensão ou diabetes, que precisa ter acompanhamento frequente no consultório".

Normalmente, mudanças de hábitos e de alimentação ajudam a evitar a volta do problema. "Esse acompanhamento tem duração em torno de cinco a sete anos até termos a certeza que não teremos mais a volta de formação de cálculos."

Para evitar pedras nos rins, é preciso:

  • Ingerir bastante líquido, de preferência água e sucos cítricos, como limão e laranja;
  • Reduzir a quantidade de sódio (sal) na alimentação, o que significa reduzir não apenas o sal, mas também temperos prontos e alimentos embutidos, processados e/ou enlatados;
  • Ajustar o consumo de proteínas, seja ela carne vermelha ou branca, que não pode ultrapassar 300g ao dia;
  • Ter moderação no consumo de refrigerantes e não substituir a água por eles. "No caso dos refrigerantes à base de cola, a alta taxa de ácido fosfórico aumenta a eliminação de fosfato, que pode se ligar ao cálcio na urina e formar um cristal, podendo levar à formação de cálculos renais", diz o médico.

Estadão
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